domingo, 19 de outubro de 2014

NOS ÚLTIMOS DIAS DA CORRIDA ELEITORAL OU NÃO ESQUECER O PASSADO PARA MELHORAR O FUTURO

Nos últimos anos minha posição tem sido crítica ao PT, mas sempre com defesa dos avanços sociais que a muito custo foram feitos nestes governos. Eu fui beneficiário disso tudo. Minha família também. Venho de uma família muito pobre. Meus pais e avós foram imigrantes brasiguaios na divisa paraguaia com o Mato Grosso do Sul. Depois de toda espoliação que os pequenos agricultores sofreram, minha família não resistiu e voltou pro Paraná no começo de 1993. Meu pai (o único que podia trabalhar na época), sofreu pra conseguir um emprego e logo ficou desempregado. Tinha seis pessoas pra sustentar, incluindo duas crianças (meu irmão e eu) e dois idosos doentes (meus avós). Inúmeras vezes pernoitamos nas filas de consulta médica para minha vó. Meu pai ficou doente com tudo isso. Não tínhamos dinheiro pra comprar material escolar. Os únicos doces que comíamos eram os saborosos canudos fritos, geleias e paçoquinhas de dez centavos, além das saudosas guloseimas caseiras de minha vó. Uma das especialidades dela era queimar açúcar e transformá-las em balas. Ela também fazia doces de banana, de abóbora, de leite e manjar. Minha mãe fez um curso de corte e costura e se empregou na indústria da confecção. Os remédios eram caros e consumiam quase todo o salário do meu pai.

A situação só melhorou pra nós com o pleno emprego e com o acesso à universidade, que não coincidentemente foi no período do governo Lula. Tudo que minha família conseguiu melhorar em termos de renda e de qualidade de vida foi graças aos direitos assegurados para a população mais pobre nos últimos doze anos. Negar isso na minha história seria de uma canalhice tremenda (o que, diga-se de passagem, muitas pessoas fazem. Embora melhoraram muito de vida nesses anos, negam a relação com a política). Minha formação foi toda conquistada durante estes anos. Entrei na universidade, bem como tive bolsa de estudo na graduação, mestrado e agora no doutorado graças a essas políticas que abriram a universidade para um novo público e mesmo me permitiu nela ingressar. Graças a esse contexto pude construir minha casa (a construção é financiada, o terreno é meu), viajei de avião, saí de férias, minha família igualmente. Não posso de maneira alguma sequer conceber a possibilidade do retorno daqueles que sempre foram inimigos de tudo isso. Quero salientar que isso não é neurose de esquerdista, são fatos, são práticas tucanas, são declarações feitas pelo próprio Aécio e pelos seus assessores que demonstram o quanto estão distantes deste projeto político democratizante. O fato mais grave, volto a registrar, é a crítica de que o salário mínimo está muito alto. Doerá demais ver novamente os meus (e eu próprio) desempregados, sem dinheiro pra comprar remédio ou comida. 

sábado, 8 de fevereiro de 2014

COMO AGE A EMPRESA GVT

Estou abarrotado de coisas pra fazer, mas já tive que perder um bom tempo quebrando a cabeça com o péssimo atendimento da empresa GVT, vou perder mais alguns minutos partilhando a forma como lidam com os seus clientes. Na verdade, não sei se esta palavra consta do vocabulário deles: possivelmente eles nos veem como gado. Eu tinha um plano Oi (outra empresa odiosa), que depois de muita dor de cabeça acabou se estabilizando num preço e qualidade razoável. Todo mês a GVT me ligava pedindo pra mudar pra ela, mas eu sempre insistia que só o faria se me apresentam um preço melhor do que a da concorrente.

Certo dia então, numa bela manhã (lembro-me como se fosse hoje, estava trabalhando nas eleições do DCE-UEM), uma funcionária da GVT ligou no meu celular – não faço a menor ideia de como ela conseguiu o meu número – e me ofereceu um plano vantajoso em relação à OI. O plano previa 10 megas de internet e 11 mil minutos para ligações para fixos locais e uma diferença para cima de 8,00 R$ em relação à Oi. Com esta empresa eu tinha 1 mega e, se me lembro bem, 500 minutos locais.

Feliz, eu aceitei a proposta. A primeira decepção veio logo no dia da instalação da linha. O técnico já me advertira que aquele plano era válido por apenas um ano. Dito e feito. Após o tal ano a “bendita” suspendeu os 11 mil minutos. Liguei lá, soltei os cachorros, ameacei desligar a linha. Me ofereceram um plano de 300 minutos mantendo os 10 megas. Passa-se mais um ano e sumariamente também os 300 minutos foram suspensos. Agora tenho que pagar por cada ligação local feita. A conta subiu horrores.

Liguei lá, novamente furioso. Tenho muita pena dos funcionários que são obrigados a se submeter a esta empresa. As condições de trabalho devem ser desumanas. Devem sofrer muito. Reclamei. É uma carga de estresse muito grande despejada sobre eles. A moça me propôs manter os 10 megas e um bônus (que ódio dessa palavra) de 200 minutos locais e 100 minutos interurbanos por seis meses. Conversei rapidamente com meu irmão e decidimos encerrar a conta. Disse pra ela que não estava contente, que a GVT estava agindo de má fé comigo e queria, portanto, terminar o contrato. Eis que com essa palavrinha mágica tudo se transforma. Me passou para outra funcionária, encarregada de finaliza-lo.

A moça, “muito curiosa”, quis saber o motivo da minha decisão de encerramento. Ela se compadeceu de minha dor, tadinha, e decidiu fazer a bondade de me oferecer um novo e mais vantajoso plano (aos incautos, estou sendo irônico): me ofereceu ligações infinitas para fixos locais, manter os 10 megas e ainda garantir 50 minutos para dois números de celular pagando 5 reais a menos do que pagava antes. Incrível como as coisas se transformam nessa empresa? Qual a ordem que os funcionários recebem? Que espoliem o máximo que puderem os clientes, mas que se pedirem o desligamento oferecem melhores condições? A lei é essa? É a lei da selva?

Repudio profundamente a forma como somos tratados pelas empresas telefônicas (todas elas) e repudio também as agências governamentais que não tomam providências pra que esse circo se encerre.



Quem sabe um dia organizemos uma campanha em massa de encerramento de nossos contratos com essas empresas que só querem o nosso couro?