segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

CARTA ABERTA AOS CIENTISTAS SOCIAIS

Toledo, 5 de fevereiro de 2011


“A injustiça contra um é uma ameaça para todos.”
Barão de Montesquieu



O QUE OCORREU EM BELTRÃO

Ontem (04-02-11) durante a distribuição de aulas em Realeza, nós, professores graduados em Ciências Sociais na UNIOESTE, fomos desclassificados, pois no julgamento dos funcionários do Núcleo de Educação de Francisco Beltrão, a nossa formação não é específica para lecionar a disciplina de Sociologia.

Éramos apenas três graduados em Ciências Sociais. Todos nós tivemos as inscrições INDEFERIDAS, e fomos eliminados.

Entre inúmeros outros problemas. Vimos o atraso de cerca de seis horas na distribuição, falta de transparência no processo, que distribuía as aulas a portas fechadas, com um candidato por vez, sem nos dar informações prévias sobre ordem classificatória, indeferimento ou número de aulas vagas, o que fere o princípio de publicidade em qualquer sessão pública.

Uma acadêmica do 2º ano do curso de Licenciatura em Sociologia ofertado pela UNIJUI na modalidade a Distancia – EAD foi considerada, no julgamento do órgão responsável do Estado, “merecedora das tais aulas.


QUESTÕES

Então, tomados de revolta e indignação, gostaríamos de questionar aos nossos colegas, graduandos, graduados, mestres e doutores em Ciências Sociais o que acontece com a nossa graduação presencial com intensa publicação bibliográfica?

Concorreremos às aulas de Sociologia em igualdade de condições com Advogados, Pedagogos, Historiadores, Geógrafos, Assistentes Sociais, Filósofos, e outros?

Estamos, assim, um passo atrás dos formados e acadêmicos de EAD em Sociologia – Licenciatura?

O investimento público em Cursos de Ciências Sociais, nas Universidades Estaduais. Para que serve? Qual a utilidade pública de um Cientista Social?

O CASO DE MARINGÁ

Muitos professores de outras áreas completaram suas horas de trabalho exercendo a função de professor de sociologia. Apesar de alguns casos que podem abrir precedentes, como o de Maringá:

“Professores fazem manifestação em frente ao Núcleo de Educação de Maringá”
http://maringa.odiario.com/maringa/noticia/388678/professores-fazem-manifestacao-em-frente-ao-nre/

em outros Núcleos não se obteve êxito nesse pleito.

MOBILIZAR É IMPORTANTE

“APP faz mobilização e se reúne com Seed para rever PSS”
http://www.appsindicato.org.br/Include/Paginas/noticia.aspx?id=5212

“Secretaria de Educação suspende PSS”
http://www.appsindicato.org.br/Include/Paginas/noticia.aspx?id=5237


O QUE VEM POR AÍ

Caros colegas, acreditamos que o pior ainda está por vir.

O governo anunciou contratação do concurso 2007, no qual não existiu nenhuma vaga para sociologia.

Acontece que, uma vez contratado como efetivo, é direito do professor conseguir aulas na escola em que está lotado. Desta forma, o Estado encherá seus quadros de historiadores, geógrafos, pedagogos, etc.

Faltando aulas para suas funções especificas, estes irão para sala de aula e lecionarão Sociologia e Filosofia.

Não é apenas uma questão de debate, é hora de agir!
Estamos convocando todos para a LUTA. É imediato, é para agora!

Cláudia Regina Mallmann
Licenciada em Ciências Sociais pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Luiz Alberto Cavalli
Licenciado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná

2 comentários:

  1. Bom dia Amigo, tudo bem?


    Meu Nome é Roniel Sampaio, sou sociólogo e licenciando em Ciências Sociais e no meu Estado, Piauí, fizemos uma pesquisa e constatamos que mais de 70% dos professores não têm sequer a formação de bacharel em ciências sociais e afins. Na rede estadual de educação do Piauí a grande maioria dos professores de sociologia são filósofos, pedagogos e até mesmo químicos. Desde de 2005 existe um sindicato formado para defender nossas prerrogativas mas, infelizmente, este encontra-se fragmentado.
    Sofremos diariamente o descaso das autoridades e em 2008 estávamos organizado uma investida contra o então secretário de educação no ministério público do trabalho. A acusação fundamentada judicialmente e documentada fundamenta-se no pressuposto de desvio de função, no qual os professores de outras áreas eram desviados de sua função para exercer a função de professor sociólogo.
    Se não houvesse a intenção de traidores dentro do movimento para ingressar com a ação nossa situação hoje estaria melhor.
    Desejo boa sorte a vocês e a causa é nobre.

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  2. Olá ronei, obrigado pela participação. Podemos continuar conversando e trocando experiencias. Se quiser, me escreva por e-mail: josimarpriori@hotmail.com

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