“(...) Não há amanhã sem projeto, sem sonho, sem utopia, sem esperança, sem o trabalho de criação e desenvolvimento de possibilidades que viabilizem a sua concretização. O meu discurso em favor do sonho, da utopia,da liberdade, da democracia é o discurso de quem recusa a acomodação e não deixa morrer em si o gosto de ser gente, que o fatalismo deteriora" (Paulo Freire)
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Pedagogia da Roda
Entrevista de tião Rocha concedida ao Jornal Folha de São Paulo
"A Escola formal não está só na forma. Está dentro da fôrma. O pior é quando está no formol. É um cadáver." É assim que o educador mineiro Tião Rocha, 59, vê o ensino convencional, de cujos métodos e conteúdos se afastou há mais de 20 anos para experimentar processos alternativos de educação. À frente do Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento desde 1984, Rocha sempre persegue "maneiras diferentes e inovadoras" de educar, alfabetizar, gerar renda. Ele distingue educação de escolarização e busca um sonho: escolas que sejam tão boas que professores e alunos queiram freqüentá-las aos sábados, domingos e feriados. "Se ninguém fez, é possível", diz.
Folha - Toda a sua história como educador é feita do lado de fora das escolas convencionais. Qual é o seu problema com a escola formal?
Tião Rocha - Se eu tivesse um analista, isso seria um prato cheio para ele. Comecei a ter problemas com a escola desde que entrei, aos sete anos. Logo no primeiro dia de aula, no Grupo Escolar Sandoval de Azevedo, Belo Horizonte, a professora Maria Luiz Travassos nos levou para a sala de leitura, pegou um livro, "As Mais Belas Histórias", da dona Lúcia [Monteiro] Casasanta, e começou a ler: "Era uma vez um lugar muito distante, onde havia um rei e uma rainha (...)". Eu levantei a mão e falei: "Professora, eu tenho uma tia que é rainha". Ela desconversou, pediu para eu ficar quieto. Ela prosseguiu a história. Depois que a interrompi duas ou três vezes, ela me mandou calar a boca e ir falar com a diretora, dona Ondina Aparecida Nobre. Ela me deu um tranco, perguntou se eu queria ser expulso. A partir daí, eu sempre inventava coisa para matar a aula. Nunca tive uma escola boa. Nunca tive prazer na escola, mas sempre quis aprender. Quando fui para a faculdade, estudei história e antropologia, fui resgatar a história da minha tia, que era rainha do congado. Para pagar os estudos, eu precisava trabalhar. Fui dar aula e me dei conta de que, se eu achava aquilo chato, meus alunos também, porque eu era um reprodutor da mesma chatice.
Folha - E você conseguiu mudar?
Rocha - Não. Criava jeitos diferentes de trabalhar com os alunos, inovava, mas, no fim, era uma experiência muito reformista. Ela começou a ser transformadora quando aconteceu o fato com o Álvaro, minha primeira grande perda [o garoto, excelente aluno, se suicidou]. Aí eu falei: "Opa! Não adianta querer que os meninos aprendam história se eu não consigo aprender a história da vida deles". Então comecei a deixar de lado não só a forma mas também o conteúdo. Por exemplo, pedia aos alunos para pesquisarem em casa: sobre cantiga de ninar, expressões populares, jogos etc. Um pai chegou para mim e disse: "Vim te agradecer, porque eu tinha um problema de relacionamento com meu filho, mas agora ele apareceu querendo saber sobre as brincadeiras de quando eu era criança e começamos a conversar, a brincar". Eu nem sabia que aquele negócio estava ajudando a aproximar pais e filhos. Aí eu fui me libertando dos conteúdos cheirando a mofo e comecei a ver que estava partindo para uma outra coisa. Esse processo foi evoluindo na reflexão sobre o que é deixar de ser professor e virar educador. O professor ensina, o educador aprende.
Folha - E então o sr. começou seus projetos fora da escola, debaixo do pé de manga. Mas o sr. acha que a escola formal serve para alguma coisa?
Rocha - Ela serve para escolarizar. Ela dá um determinado tipo de informação e de conhecimento que atende um determinado tipo de demanda, um determinado tipo de modelo mental de uma sociedade que aceita, convive e não questiona. Folha - Essa escola educa?Rocha - Não. Ela escolariza. Uma coisa é falar em educação, outra é falar em escolarização. A maioria das pessoas que estão cometendo grandes crimes são pessoas escolarizadas. Então, que escola é essa? Para que ela serviu? Não ajudou nada, mas escolarizou. E essa escola continua sendo branca, cristã, elitista, excludente, seletiva, conformada. Ela seleciona conteúdos, seleciona pessoas, mas não educa.
Folha - O que significa a escola ser branca?
Rocha - Por exemplo, eu nunca tive aula sobre os reis do Congo, mas tinha aula sobre todos os Bourbons, reis europeus. Folha - E conformada?Rocha - A escola não permite inovação. Ela é reprodutora da mesmice. A escola formal não está só na forma. Ela está dentro da fôrma. O pior é quando ela está dentro do formol. É um cadáver. O conteúdo da escola está pronto e acabado. Os meninos que vão entrar na escola no ano que vem, independentemente de quem sejam, aprenderão as mesmas coisas, do mesmo jeito. Aprendem o que alguém determinou que tem que ser aprendido.
Folha - O que está errado com o conteúdo?
Rocha - Recentemente, uma menina de nove anos, lá em Curvelo, virou para mim e disse: "Tião, vou ter prova e esqueci o que é hectômetro". Eu disse a ela que ninguém precisa saber o que é isso, que não se preocupasse, isso não cairia na prova. Perguntei se ela sabia o que era centímetro, metro, quilômetro. Ela sabia. "Pronto, tá bom demais, você vai viver a vida inteira mais 15 dias e não vai acontecer nada", disse para ela. Passados uns dias: "Me ferrei. Caiu na prova e eu não sabia". Peraí: criança de nove anos tem que saber isso? Isso é conhecimento morto. Mas se eu pergunto se eu posso ensinar outra coisa, não posso. O que posso é ensinar as mesmas coisas de um forma diferente. No conteúdo não pode mexer. O vestibular cobra. É um processo seletivo que vai determinando e excluindo, afunilando, dizendo que, para entrar aqui, precisa pensar desse jeito, nessa lógica. Do ponto de vista da escolarização, tá indo muito bem. Agora, se tá educando ou não, ninguém discute. Quando uma criança é entrevistada e diz que é de determinado projeto porque quer ser alguém na vida, já sei que ela foi pessimamente educada. Um menino que aos 12 anos acha que não é ninguém na vida não tem mais auto-estima. Ele não é ele. Ela vai ser. É sempre um projeto adiado para o futuro.
Folha - Como deveria ser a educação?
Rocha - Um projeto de vida, não de formação para o mercado. A lógica da vida não é ter um emprego. Será que é possível construir um processo de uma escola que incorpore valores dignos, que passe a perceber que a ciência precisa estar condicionada a esses valores, que a tecnologia precisa estar condicionada a esses valores, que elas não podem ser determinantes dos valores humanos? Ter analfabetos não pode ser um problema econômico, é um problema ético. A experiência que a gente vem desenvolvendo no CPCD é saber se é possível fazer educação de qualidade. Claro que é. Só que você tem que botar uma pergunta que a gente sempre faz. É o MDI: "de quantas maneiras diferentes e inovadoras eu posso"... O resto você completa com uma ação: educar, alfabetizar, diminuir a violência, gerar mais renda. Quando a gente começa a fazer isso, aparecem 70 sugestões para alfabetizar, por exemplo. Vamos tentando uma por uma. Funcionou? Não? Risca. E vamos para a próxima. Quando chega na última, já tem mais tantas outras. Você não esgota o seu potencial de soluções para as crianças aprenderem.
Folha - Até onde vale criar soluções?
Rocha - Na educação, qual é a melhor pedagogia? É aquela que leva as pessoas a aprender. Na escolarização, a melhor pedagogia é aquela que dá mais sentido para quem a aplica. O CPCD foi secretário da Educação de Araçuaí. Lá tinha um problema: os meninos demoravam duas horas no ônibus. O que a gente fez? Colocou educadores no ônibus. Qualquer secretaria de Educação pode fazer. É só sair da caixa. Uma outra questão é o acesso aos livros. Há muitos anos, acompanhei a trajetória de dez crianças em Ouro Preto num período de seis, sete anos. Como eu sei se um aluno é da primeira, da segunda, da terceira série? É pelo tamanho da pasta. No primeiro ano, traz até uma mala. Leva tudo. Depois, vai deixando. No ginásio [quinta a oitava série], eles não levam quase mais nada. No colegial, às vezes leva só uma canetinha. Eu me perguntei se os livros perderam o encantamento ou se foi a escola que não soube mantê-los encantados. Juntei um monte de livros em baixo da árvore e mandava a meninada ir lendo. Em volta, deixava montinhos de sucata e escrevia uma placa: música, teatro, artes plásticas, literatura. Tudo que o menino lesse, tinha que ir numa direção e fazer música, teatrinho etc. É um jogo. Ler e transformar, do seu jeito. Eles ficavam lá a tarde inteira. Vinha gente de longe. Agora, por que será que esses meninos nunca tinham entrado numa biblioteca da escola? Porque ele não tinha prazer em entrar na biblioteca. Quando ia ler um livro, tinha que dissecar a obra, classificar o texto, responder a dez perguntas sobre aquele negócio. Em baixo da árvore, ele não tinha que responder a pergunta nenhuma. Era prazer, e não dever. Os livros não perderam o encantamento, portanto. Eu nunca li e detesto Machado de Assis. Por quê? Porque tive que fazer anatomia do livro. Achava um saco. Até hoje não consegui romper com isso.
Folha - Como enfrentar a falta de leitura?
Rocha - Faz chover livro na cabeça dos meninos. De todo jeito. Bornal de livros, algibeira de leitura, folia do livro, banco de livros, livro no ponto de ônibus. É igual propaganda. Como você quer que o cara não tome Coca-Cola? Vamos botar esse apelo para o livro. A gente foi tirando os meninos do estado de UTI. Vale tudo. É ético? É. Então, vale. Se nunca foi feito, a gente faz. Se errar, não tem problema. Temos que aprender.
Folha - Como você mexe no conteúdo?
Tem um conteúdo básico?Rocha - Claro. Tem que ter alguma coisa para começar. Precisa aprender os códigos de leitura, a a raciocinar e fazer cálculo, as quatro operações básicas. Mas não precisa saber o que é hectômetro.
Folha - Como diversificar? Ou por que diversificar?
Rocha - Há uns 20 anos, eu trabalhava bem no sertão. Tinha um projeto do governo para combater a doença de chagas na região. Parecia muito bom, as casas de adobe seriam substituídas por casas de cimento com condições de pagamento bem favoráveis. Mas não houve adesão dos moradores. O que os engenheiros não percebiam é que as casas pareciam um forno de tão quente. O pessoal do projeto dizia: "É uma questão de adaptação". Eu respondia: "Não começa, não. A casa de adobe resolve muito bem a questão térmica. Por que não fazem casa de qualidade com adobe naquele sertão?". Eles disseram que não sabiam fazer, que não aprendiam isso na faculdade de engenharia. Fiquei imaginando: eles não foram formados para fazer casas dignas para a população. Querem fazer em São Paulo e no sertão uma casa do mesmo tipo. Que lógica é essa? É a lógica do modelão. Hoje, entrou na moda fazer casa de adobe, é ecológico. Engraçado. Antes, as pessoas faziam casa assim. Aí vieram, cortaram a tradição, impuseram o modelão e, agora, querem voltar ao que se fazia antes, mas travestido de conversa nova. Folha - Você é contra todo tipo de forma universalizante?Rocha - Como padrão único, claro.
Folha - Você é a favor de uma transformação constante?
Rocha - Da diversidade permanente. Folha - De uma pedagogia específica para cada pessoa?Rocha - Não. O que não pode é aprender uma única coisa, todo mundo igual. Mas não é "cada um faz o que quer". O que não pode é dar pesos desiguais, ou seja, negar ou excluir coisas em função de critérios que são absolutamente ideológicos. É possível criar uma sociedade polivalente, diversificada? É, porque não foi feito ainda. Se ninguém fez, é possível. Isso é o que eu chamo de utopia. Utopia para mim não é um sonho impossível. É um não-feito-ainda, algo que nunca ninguém fez. É possível aprender brincando? A escola tem que ser o serviço militar obrigatório aos sete anos ou pode ser prazerosa? Aí eu coloco um indicador: a escola ideal deve ser tão boa que professores e alunos desejem aulas aos sábados, domingos e feriados. Hoje, temos exatamente o contrário. Os meninos estão no século 21 e a escola está Idade Média. A escola é a única instituição contemporânea que tem servos, tem serventes, pessoas que estão lá para nos servir. Nem em banco tem isso, lá são "auxiliares de serviços gerais". Quando eu trabalhava na Universidade Federal de Outro Preto, por acaso eu virei pró-reitor. Acabei indo a uma reunião de pró-reitores com o secretário da Educação. Aquele discurso enfadonho estava me enchendo o saco, até que eu disse: "Nesse país, uma escola nunca teve crise de aprendizagem: a escola de samba. Uma assessora do secretário disse que aquilo era inadmissível e perguntou se eu achava que a escola pública tinha que ser "aquela bagunça". Eu respondi: "Tô vendo que a sra. não entende nada de escola de samba. Na escola tem disciplinador, não tem? Pois na escola de samba tem diretor de harmonia". Entende? Uma coisa é cuidar da disciplina, outra coisa é cuidar da harmonia.
Folha - Como nasce uma nova forma de ensinar?
Rocha - Ou da dificuldade ou da pergunta. Somos movidos por uma pergunta, que vira um desafio, que vira uma encrenca. É possível educar debaixo do pé de manga? É possível criar agentes comunitários de educação? Vamos ficar pensando ou vamos aprender fazendo? Vamos aprender fazendo. A primeira coisa que a gente fez foram os "Não Objetivos Educacionais". Porque formular um objetivo é muito simples: basta colocar um verbo na forma infinitiva e depois encher de lingüiça. O nosso verbo é o "paulofreirar", que só se conjuga no presente do indicativo: eu "paulofreiro", tu "paulofreiras" e por aí vai. Não existe "paulofreiraria", "paulofreirarei". Ou faz agora ou sai da moita. Ação e reflexão, agora. As respostas vão sendo testadas e viram novas metodologias, pedagogias. Assim surgiu a pedagogia da roda, por exemplo, como um jeito de combater a evasão dos meninos. Não podemos perder os alunos, precisamos mantê-los interessados.
Folha - Seus métodos são tão abertos a ponto de aceitar que uma criança queira aprender na escola formal? Ou você quer acabar com a escola?
Rocha - Eu não quero acabar com a escola. Ela é muito mais importante do que parece. Ela tá longe de esgotar seu repertório, não usou nem 10% das possibilidades. Mas, para isso, ela precisa ter a ousadia de experimentar. É uma lástima dar às crianças só o que a escola formal oferece. É muito pouco. As pessoas querem tirar os meninos da rua e levar para a escola --só se for para prender, porque para aprender não serve. É muito chato. Por que, em vez de tirar da rua, não mudamos a rua? Lugar de criança é na escola, na rua, em todos os espaços. Todos os espaços podem ser de aprendizado. Há experiências de cidades educativas muito legais.
Folha - Como é sua relação com os governos?
Rocha - Eu não vejo muita diferença. Todos eles estão dentro da mesma caixa, só muda a cor. A escola que tem agora não é muito diferente da de oito anos ou 20 anos atrás. Vai só pintando a fachada. A lógica, o processo, a metodologia muda muito pouco, no geral. A gente não consegue estabelecer alianças com os governos porque incomoda pensar fora da caixa. Se incomoda, são refratários. Então a gente vem aprendendo a fazer política pública não-governamental.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u348104.shtml
"A Escola formal não está só na forma. Está dentro da fôrma. O pior é quando está no formol. É um cadáver." É assim que o educador mineiro Tião Rocha, 59, vê o ensino convencional, de cujos métodos e conteúdos se afastou há mais de 20 anos para experimentar processos alternativos de educação. À frente do Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento desde 1984, Rocha sempre persegue "maneiras diferentes e inovadoras" de educar, alfabetizar, gerar renda. Ele distingue educação de escolarização e busca um sonho: escolas que sejam tão boas que professores e alunos queiram freqüentá-las aos sábados, domingos e feriados. "Se ninguém fez, é possível", diz.
Folha - Toda a sua história como educador é feita do lado de fora das escolas convencionais. Qual é o seu problema com a escola formal?
Tião Rocha - Se eu tivesse um analista, isso seria um prato cheio para ele. Comecei a ter problemas com a escola desde que entrei, aos sete anos. Logo no primeiro dia de aula, no Grupo Escolar Sandoval de Azevedo, Belo Horizonte, a professora Maria Luiz Travassos nos levou para a sala de leitura, pegou um livro, "As Mais Belas Histórias", da dona Lúcia [Monteiro] Casasanta, e começou a ler: "Era uma vez um lugar muito distante, onde havia um rei e uma rainha (...)". Eu levantei a mão e falei: "Professora, eu tenho uma tia que é rainha". Ela desconversou, pediu para eu ficar quieto. Ela prosseguiu a história. Depois que a interrompi duas ou três vezes, ela me mandou calar a boca e ir falar com a diretora, dona Ondina Aparecida Nobre. Ela me deu um tranco, perguntou se eu queria ser expulso. A partir daí, eu sempre inventava coisa para matar a aula. Nunca tive uma escola boa. Nunca tive prazer na escola, mas sempre quis aprender. Quando fui para a faculdade, estudei história e antropologia, fui resgatar a história da minha tia, que era rainha do congado. Para pagar os estudos, eu precisava trabalhar. Fui dar aula e me dei conta de que, se eu achava aquilo chato, meus alunos também, porque eu era um reprodutor da mesma chatice.
Folha - E você conseguiu mudar?
Rocha - Não. Criava jeitos diferentes de trabalhar com os alunos, inovava, mas, no fim, era uma experiência muito reformista. Ela começou a ser transformadora quando aconteceu o fato com o Álvaro, minha primeira grande perda [o garoto, excelente aluno, se suicidou]. Aí eu falei: "Opa! Não adianta querer que os meninos aprendam história se eu não consigo aprender a história da vida deles". Então comecei a deixar de lado não só a forma mas também o conteúdo. Por exemplo, pedia aos alunos para pesquisarem em casa: sobre cantiga de ninar, expressões populares, jogos etc. Um pai chegou para mim e disse: "Vim te agradecer, porque eu tinha um problema de relacionamento com meu filho, mas agora ele apareceu querendo saber sobre as brincadeiras de quando eu era criança e começamos a conversar, a brincar". Eu nem sabia que aquele negócio estava ajudando a aproximar pais e filhos. Aí eu fui me libertando dos conteúdos cheirando a mofo e comecei a ver que estava partindo para uma outra coisa. Esse processo foi evoluindo na reflexão sobre o que é deixar de ser professor e virar educador. O professor ensina, o educador aprende.
Folha - E então o sr. começou seus projetos fora da escola, debaixo do pé de manga. Mas o sr. acha que a escola formal serve para alguma coisa?
Rocha - Ela serve para escolarizar. Ela dá um determinado tipo de informação e de conhecimento que atende um determinado tipo de demanda, um determinado tipo de modelo mental de uma sociedade que aceita, convive e não questiona. Folha - Essa escola educa?Rocha - Não. Ela escolariza. Uma coisa é falar em educação, outra é falar em escolarização. A maioria das pessoas que estão cometendo grandes crimes são pessoas escolarizadas. Então, que escola é essa? Para que ela serviu? Não ajudou nada, mas escolarizou. E essa escola continua sendo branca, cristã, elitista, excludente, seletiva, conformada. Ela seleciona conteúdos, seleciona pessoas, mas não educa.
Folha - O que significa a escola ser branca?
Rocha - Por exemplo, eu nunca tive aula sobre os reis do Congo, mas tinha aula sobre todos os Bourbons, reis europeus. Folha - E conformada?Rocha - A escola não permite inovação. Ela é reprodutora da mesmice. A escola formal não está só na forma. Ela está dentro da fôrma. O pior é quando ela está dentro do formol. É um cadáver. O conteúdo da escola está pronto e acabado. Os meninos que vão entrar na escola no ano que vem, independentemente de quem sejam, aprenderão as mesmas coisas, do mesmo jeito. Aprendem o que alguém determinou que tem que ser aprendido.
Folha - O que está errado com o conteúdo?
Rocha - Recentemente, uma menina de nove anos, lá em Curvelo, virou para mim e disse: "Tião, vou ter prova e esqueci o que é hectômetro". Eu disse a ela que ninguém precisa saber o que é isso, que não se preocupasse, isso não cairia na prova. Perguntei se ela sabia o que era centímetro, metro, quilômetro. Ela sabia. "Pronto, tá bom demais, você vai viver a vida inteira mais 15 dias e não vai acontecer nada", disse para ela. Passados uns dias: "Me ferrei. Caiu na prova e eu não sabia". Peraí: criança de nove anos tem que saber isso? Isso é conhecimento morto. Mas se eu pergunto se eu posso ensinar outra coisa, não posso. O que posso é ensinar as mesmas coisas de um forma diferente. No conteúdo não pode mexer. O vestibular cobra. É um processo seletivo que vai determinando e excluindo, afunilando, dizendo que, para entrar aqui, precisa pensar desse jeito, nessa lógica. Do ponto de vista da escolarização, tá indo muito bem. Agora, se tá educando ou não, ninguém discute. Quando uma criança é entrevistada e diz que é de determinado projeto porque quer ser alguém na vida, já sei que ela foi pessimamente educada. Um menino que aos 12 anos acha que não é ninguém na vida não tem mais auto-estima. Ele não é ele. Ela vai ser. É sempre um projeto adiado para o futuro.
Folha - Como deveria ser a educação?
Rocha - Um projeto de vida, não de formação para o mercado. A lógica da vida não é ter um emprego. Será que é possível construir um processo de uma escola que incorpore valores dignos, que passe a perceber que a ciência precisa estar condicionada a esses valores, que a tecnologia precisa estar condicionada a esses valores, que elas não podem ser determinantes dos valores humanos? Ter analfabetos não pode ser um problema econômico, é um problema ético. A experiência que a gente vem desenvolvendo no CPCD é saber se é possível fazer educação de qualidade. Claro que é. Só que você tem que botar uma pergunta que a gente sempre faz. É o MDI: "de quantas maneiras diferentes e inovadoras eu posso"... O resto você completa com uma ação: educar, alfabetizar, diminuir a violência, gerar mais renda. Quando a gente começa a fazer isso, aparecem 70 sugestões para alfabetizar, por exemplo. Vamos tentando uma por uma. Funcionou? Não? Risca. E vamos para a próxima. Quando chega na última, já tem mais tantas outras. Você não esgota o seu potencial de soluções para as crianças aprenderem.
Folha - Até onde vale criar soluções?
Rocha - Na educação, qual é a melhor pedagogia? É aquela que leva as pessoas a aprender. Na escolarização, a melhor pedagogia é aquela que dá mais sentido para quem a aplica. O CPCD foi secretário da Educação de Araçuaí. Lá tinha um problema: os meninos demoravam duas horas no ônibus. O que a gente fez? Colocou educadores no ônibus. Qualquer secretaria de Educação pode fazer. É só sair da caixa. Uma outra questão é o acesso aos livros. Há muitos anos, acompanhei a trajetória de dez crianças em Ouro Preto num período de seis, sete anos. Como eu sei se um aluno é da primeira, da segunda, da terceira série? É pelo tamanho da pasta. No primeiro ano, traz até uma mala. Leva tudo. Depois, vai deixando. No ginásio [quinta a oitava série], eles não levam quase mais nada. No colegial, às vezes leva só uma canetinha. Eu me perguntei se os livros perderam o encantamento ou se foi a escola que não soube mantê-los encantados. Juntei um monte de livros em baixo da árvore e mandava a meninada ir lendo. Em volta, deixava montinhos de sucata e escrevia uma placa: música, teatro, artes plásticas, literatura. Tudo que o menino lesse, tinha que ir numa direção e fazer música, teatrinho etc. É um jogo. Ler e transformar, do seu jeito. Eles ficavam lá a tarde inteira. Vinha gente de longe. Agora, por que será que esses meninos nunca tinham entrado numa biblioteca da escola? Porque ele não tinha prazer em entrar na biblioteca. Quando ia ler um livro, tinha que dissecar a obra, classificar o texto, responder a dez perguntas sobre aquele negócio. Em baixo da árvore, ele não tinha que responder a pergunta nenhuma. Era prazer, e não dever. Os livros não perderam o encantamento, portanto. Eu nunca li e detesto Machado de Assis. Por quê? Porque tive que fazer anatomia do livro. Achava um saco. Até hoje não consegui romper com isso.
Folha - Como enfrentar a falta de leitura?
Rocha - Faz chover livro na cabeça dos meninos. De todo jeito. Bornal de livros, algibeira de leitura, folia do livro, banco de livros, livro no ponto de ônibus. É igual propaganda. Como você quer que o cara não tome Coca-Cola? Vamos botar esse apelo para o livro. A gente foi tirando os meninos do estado de UTI. Vale tudo. É ético? É. Então, vale. Se nunca foi feito, a gente faz. Se errar, não tem problema. Temos que aprender.
Folha - Como você mexe no conteúdo?
Tem um conteúdo básico?Rocha - Claro. Tem que ter alguma coisa para começar. Precisa aprender os códigos de leitura, a a raciocinar e fazer cálculo, as quatro operações básicas. Mas não precisa saber o que é hectômetro.
Folha - Como diversificar? Ou por que diversificar?
Rocha - Há uns 20 anos, eu trabalhava bem no sertão. Tinha um projeto do governo para combater a doença de chagas na região. Parecia muito bom, as casas de adobe seriam substituídas por casas de cimento com condições de pagamento bem favoráveis. Mas não houve adesão dos moradores. O que os engenheiros não percebiam é que as casas pareciam um forno de tão quente. O pessoal do projeto dizia: "É uma questão de adaptação". Eu respondia: "Não começa, não. A casa de adobe resolve muito bem a questão térmica. Por que não fazem casa de qualidade com adobe naquele sertão?". Eles disseram que não sabiam fazer, que não aprendiam isso na faculdade de engenharia. Fiquei imaginando: eles não foram formados para fazer casas dignas para a população. Querem fazer em São Paulo e no sertão uma casa do mesmo tipo. Que lógica é essa? É a lógica do modelão. Hoje, entrou na moda fazer casa de adobe, é ecológico. Engraçado. Antes, as pessoas faziam casa assim. Aí vieram, cortaram a tradição, impuseram o modelão e, agora, querem voltar ao que se fazia antes, mas travestido de conversa nova. Folha - Você é contra todo tipo de forma universalizante?Rocha - Como padrão único, claro.
Folha - Você é a favor de uma transformação constante?
Rocha - Da diversidade permanente. Folha - De uma pedagogia específica para cada pessoa?Rocha - Não. O que não pode é aprender uma única coisa, todo mundo igual. Mas não é "cada um faz o que quer". O que não pode é dar pesos desiguais, ou seja, negar ou excluir coisas em função de critérios que são absolutamente ideológicos. É possível criar uma sociedade polivalente, diversificada? É, porque não foi feito ainda. Se ninguém fez, é possível. Isso é o que eu chamo de utopia. Utopia para mim não é um sonho impossível. É um não-feito-ainda, algo que nunca ninguém fez. É possível aprender brincando? A escola tem que ser o serviço militar obrigatório aos sete anos ou pode ser prazerosa? Aí eu coloco um indicador: a escola ideal deve ser tão boa que professores e alunos desejem aulas aos sábados, domingos e feriados. Hoje, temos exatamente o contrário. Os meninos estão no século 21 e a escola está Idade Média. A escola é a única instituição contemporânea que tem servos, tem serventes, pessoas que estão lá para nos servir. Nem em banco tem isso, lá são "auxiliares de serviços gerais". Quando eu trabalhava na Universidade Federal de Outro Preto, por acaso eu virei pró-reitor. Acabei indo a uma reunião de pró-reitores com o secretário da Educação. Aquele discurso enfadonho estava me enchendo o saco, até que eu disse: "Nesse país, uma escola nunca teve crise de aprendizagem: a escola de samba. Uma assessora do secretário disse que aquilo era inadmissível e perguntou se eu achava que a escola pública tinha que ser "aquela bagunça". Eu respondi: "Tô vendo que a sra. não entende nada de escola de samba. Na escola tem disciplinador, não tem? Pois na escola de samba tem diretor de harmonia". Entende? Uma coisa é cuidar da disciplina, outra coisa é cuidar da harmonia.
Folha - Como nasce uma nova forma de ensinar?
Rocha - Ou da dificuldade ou da pergunta. Somos movidos por uma pergunta, que vira um desafio, que vira uma encrenca. É possível educar debaixo do pé de manga? É possível criar agentes comunitários de educação? Vamos ficar pensando ou vamos aprender fazendo? Vamos aprender fazendo. A primeira coisa que a gente fez foram os "Não Objetivos Educacionais". Porque formular um objetivo é muito simples: basta colocar um verbo na forma infinitiva e depois encher de lingüiça. O nosso verbo é o "paulofreirar", que só se conjuga no presente do indicativo: eu "paulofreiro", tu "paulofreiras" e por aí vai. Não existe "paulofreiraria", "paulofreirarei". Ou faz agora ou sai da moita. Ação e reflexão, agora. As respostas vão sendo testadas e viram novas metodologias, pedagogias. Assim surgiu a pedagogia da roda, por exemplo, como um jeito de combater a evasão dos meninos. Não podemos perder os alunos, precisamos mantê-los interessados.
Folha - Seus métodos são tão abertos a ponto de aceitar que uma criança queira aprender na escola formal? Ou você quer acabar com a escola?
Rocha - Eu não quero acabar com a escola. Ela é muito mais importante do que parece. Ela tá longe de esgotar seu repertório, não usou nem 10% das possibilidades. Mas, para isso, ela precisa ter a ousadia de experimentar. É uma lástima dar às crianças só o que a escola formal oferece. É muito pouco. As pessoas querem tirar os meninos da rua e levar para a escola --só se for para prender, porque para aprender não serve. É muito chato. Por que, em vez de tirar da rua, não mudamos a rua? Lugar de criança é na escola, na rua, em todos os espaços. Todos os espaços podem ser de aprendizado. Há experiências de cidades educativas muito legais.
Folha - Como é sua relação com os governos?
Rocha - Eu não vejo muita diferença. Todos eles estão dentro da mesma caixa, só muda a cor. A escola que tem agora não é muito diferente da de oito anos ou 20 anos atrás. Vai só pintando a fachada. A lógica, o processo, a metodologia muda muito pouco, no geral. A gente não consegue estabelecer alianças com os governos porque incomoda pensar fora da caixa. Se incomoda, são refratários. Então a gente vem aprendendo a fazer política pública não-governamental.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u348104.shtml
segunda-feira, 8 de junho de 2009
SE OS TUBARÕES FOSSEM HOMENS
Por Bertold Brecht
Se os tubarões fossem homens, perguntou a filha de sua senhoria ao senhor K., seriam eles mais amáveis para com os peixinhos?
Certamente, respondeu o Sr. K. Se os tubarões fossem homens, construiriam no mar grandes gaiolas para os peixes pequenos, com todo tipo de alimento, tanto animal quanto vegetal. Cuidariam para que as gaiolas tivessem sempre água fresca e adoptariam todas as medidas sanitárias adequadas. Se, por exemplo, um peixinho ferisse a barbatana, ser-lhe-ia imediatamente aplicado um curativo para que não morresse antes do tempo.
Para que os peixinhos não ficassem melancólicos haveria grandes festas aquáticas de vez em quando, pois os peixinhos alegres têm melhor sabor do que os tristes. Naturalmente haveria também escolas nas gaiolas. Nessas escolas os peixinhos aprenderiam como nadar alegremente em direcção à goela dos tubarões. Precisariam saber geografia, por exemplo, para localizar os grandes tubarões que vagueiam descansadamente pelo mar.
O mais importante seria, naturalmente, a formação moral dos peixinhos. Eles seriam informados de que nada existe de mais belo e mais sublime do que um peixinho que se sacrifica contente, e que todos deveriam crer nos tubarões, sobretudo quando dissessem que cuidam de sua felicidade futura. Os peixinhos saberiam que este futuro só estaria assegurado se estudassem docilmente. Acima de tudo, os peixinhos deveriam rejeitar toda tendência baixa, materialista, egoísta e marxista, e denunciar imediatamente aos tubarões aqueles que apresentassem tais tendências.
Se os tubarões fossem homens, naturalmente fariam guerras entre si, para conquistar gaiolas e peixinhos estrangeiros. Nessas guerras eles fariam lutar os seus peixinhos, e lhes ensinariam que há uma enorme diferença entre eles e os peixinhos dos outros tubarões. Os peixinhos, proclamariam, são notoriamente mudos, mas silenciam em línguas diferentes, e por isso não se podem entender entre si. Cada peixinho que matasse alguns outros na guerra, os inimigos que silenciam em outra língua, seria condecorado com uma pequena medalha de sargaço e receberia uma comenda de herói.
Se os tubarões fossem homens também haveria arte entre eles, naturalmente. Haveria belos quadros, representando os dentes dos tubarões em cores magníficas, e as suas goelas como jardins onde se brinca deliciosamente. Os teatros do fundo do mar mostrariam valorosos peixinhos a nadarem com entusiasmo rumo às gargantas dos tubarões. E a música seria tão bela que, sob os seus acordes, todos os peixinhos, como orquestra afinada, a sonhar, embalados nos pensamentos mais sublimes, precipitar-se-iam nas goelas dos tubarões.
Se os tubarões fossem homens também acabaria a ideia de que todos os peixinhos são iguais entre si. Alguns deles se tornariam funcionários e seriam colocados acima dos outros. Aqueles ligeiramente maiores até poderiam comer os menores. Isso seria agradável para os tubarões, pois eles, mais frequentemente, teriam bocados maiores para comer. E os peixinhos maiores detentores de cargos, cuidariam da ordem interna entre os peixinhos, tornando-se professores, oficiais, polícias, construtores de gaiolas, etc. Em suma, se os tubarões fossem homens haveria uma civilização no mar.
quinta-feira, 14 de maio de 2009
“Era de madrugada, sem sono e com calor levantei, fui ao banheiro e depois liguei a TV. Trocando de canal encontrei um programa estranho: um homem de terno preto, livro na mão e cruz no peito lutava contra uma mulher simples, ela estava em prantos. Segundo ele, ela estava possuída por um demônio. Para se libertar ela deveria renunciar sua crença, e confessar a fé no deus do exorcista”.
Não sei por que, mas todas as tribos humanas em algum momento manifestaram uma crença religiosa. Para muitos, esta religião foi à fonte de integração social e desenvolvimento do conhecimento. O que não consigo entender é porque tanta gente acusa a outra religião de ser má e errada e há tantos conflitos religiosos.
Quando eu nasci, fui batizado e me tornei católico. Ninguém me perguntou se gostaria de sê-lo, apenas fui doutrinado nesta crença. Poderiam me dizer que depois de certa idade sou livre para continuar praticando ou não. Entretanto, ninguém se importa com tudo que foi incutido em mim: o trauma do pecado e da culpa, a obrigação de ser um bom menino, a custa de padecer no fogo eterno etc. Pensando bem, acho que não sou tão livre assim. Ainda que não queira mais esta prática, seu resíduo ficou em mim; esta grudado em meu corpo e mente como uma simbiose, e por mais que me esforço não consigo tirar. Sofro sanções por acreditar; sofro sanções por não acreditar.
Fico pensando em quanta gente não daria sua vida por sua religião. Isso é bonito e romântico; também gostaria de dar minha vida por uma causa justa. O que é difícil pra mim é saber por que tantos crimes foram e ainda são cometidos em nome dela. Os cristão, a exemplo de Jesus Cristo, o fundador, foram, no cristianismo antigo, perseguidos, queimados nas fogueiras ou no óleo quente, devorado pelas feras, torturados e mortos na cruz – diz a tradição que São Pedro pediu para ser crucificado de ponta cabeça, por se julgar indigno de morrer como seu mestre. O paradoxal é que no fim da Idade Média os mesmos cristãos perseguiram os que julgavam hereges e queimaram as bruxas na fogueira santa. Eles apenas se esqueceram que os hereges queimados do passado eram eles.
A colonização americana é emblemática para esta situação. , juntamente com os colonizadores europeus vieram para missionários recrutar novas ovelhas para a grei do Vaticano. Os ameríndios estavam historicamente em um estágio de desenvolvimento infinitamente inferior ao deles. Poderosos, os europeus aqui chegaram e já demarcaram território, fincaram sua cruz e rezaram a primeira missa. O contraditório, é que a missa é tida como atualização redentora do sacrifício de cristo, porem eles esqueceram de avisar os nativos que para salvá-los deveriam destruir sua cultura, sua organização social e política. Também não avisaram que o território deles agora seria propriedade dos europeus, e que talvez precisassem trabalhar de graça para o povo estrangeiro. De graça não, em troca de catequese, olha que bem!
Esse texto objetiva apenas elucidar que a intolerância e incompreensão religiosa foram e ainda são danosos a humanidade. Sem mencionar a aparição dos homens bombas do islã, gostaria de ressaltar a necessidade de uma nova postura frente à religião. Nada me impede que acredite em que quiser, mas isto não me dá o direito de sair por ai explodindo hospitais, perseguindo prostitutas, homossexuais ou ateus, nem tampouco “domesticando índios”. É chegado o momento de realizarmos a emancipação do preconceito e da intolerância religiosa. Nada comprova que minha fé seja mais verdadeira que a tua. Portanto precisamos relativizar o processo religioso, buscando desmontar os imperativos violentos, agressivos etnocêntricos de nossa fé e sabermos os limites de nossas crenças.
domingo, 19 de abril de 2009
DEPOIMENTO DE UM JOVEM PROFESSOR
Recentemente tive a alegria de iniciar minhas atividades docentes. Dei aulas num colégio privado de Maringá, como professor substituto de filosofia e sociologia. Inexperiente, confesso um certo desespero ao entrar em sala de aula e ver aquela molecada de pele lisa e rosto juvenil, belos como a aurora, alvoroçados querendo saber quem era o novo professor.
Certo de que meu objetivo maior é contribuir na formação intelectual e humana comecei a apresentar o conteúdo preparado, tentando estabelecer uma relação dialógica com eles. Reconheço que não é fácil manter a atenção dos alunos na matéria, de modo que me vi obrigado a recorrer a mecanismos de controle, embora não seja afeto a este tipo de prática. Em alguns momentos me senti perdido quando tentava desenvolver alguma reflexão e me via falando às paredes ou às cadeiras.
A despeito dos desafios que não são poucos nesta profissão, me sinto muito feliz; é prazeroso estar no meio da juventude, me misturando e dialogando com eles. De fato, os jovens são um grupo privilegiado onde os sonhos e utopias ainda não foram desmontados.
Embora jovem e inexperiente tenho certeza que já aprendi algo fundamental no exercício docente. Acima de um saber professoral pronto a ser aplicado em sala de aula, posso aprender muito com os estudantes construindo um conhecimento coletivo, ou seja, professor e aluno ensinado e aprendendo. De fato, conteúdos que eu julgava ter domínio tomou novas feições num relacionamento dialético com os estudantes. Como ensina Paulo Freire a prática de ensinar nos leva a aprender, a retificar nossos erros e a repensar o pensado e tido como certo. Neste sentido Freire afirma que a curiosidade “quase virgem dos alunos estão grávidas de sugestões, de perguntas que não foram percebidas antes pelo ensinante”.
Deste modo, levo como primeiro grande aprendizado de meu trabalho o dever humilde de sempre estar aberto ao novo aprendizado construído socialmente entre “mestres e alunos”, pois como aprendi ensinado: ensinar me leva a aprender.
Referência
FREIRE, Paulo. Carta De Paulo Freire Aos Professores. Estud. av. vol.15 no.42 São PauloMay/Aug. 2001. Disponível em:. Acesso em: 18 abr. 2009
Certo de que meu objetivo maior é contribuir na formação intelectual e humana comecei a apresentar o conteúdo preparado, tentando estabelecer uma relação dialógica com eles. Reconheço que não é fácil manter a atenção dos alunos na matéria, de modo que me vi obrigado a recorrer a mecanismos de controle, embora não seja afeto a este tipo de prática. Em alguns momentos me senti perdido quando tentava desenvolver alguma reflexão e me via falando às paredes ou às cadeiras.
A despeito dos desafios que não são poucos nesta profissão, me sinto muito feliz; é prazeroso estar no meio da juventude, me misturando e dialogando com eles. De fato, os jovens são um grupo privilegiado onde os sonhos e utopias ainda não foram desmontados.
Embora jovem e inexperiente tenho certeza que já aprendi algo fundamental no exercício docente. Acima de um saber professoral pronto a ser aplicado em sala de aula, posso aprender muito com os estudantes construindo um conhecimento coletivo, ou seja, professor e aluno ensinado e aprendendo. De fato, conteúdos que eu julgava ter domínio tomou novas feições num relacionamento dialético com os estudantes. Como ensina Paulo Freire a prática de ensinar nos leva a aprender, a retificar nossos erros e a repensar o pensado e tido como certo. Neste sentido Freire afirma que a curiosidade “quase virgem dos alunos estão grávidas de sugestões, de perguntas que não foram percebidas antes pelo ensinante”.
Deste modo, levo como primeiro grande aprendizado de meu trabalho o dever humilde de sempre estar aberto ao novo aprendizado construído socialmente entre “mestres e alunos”, pois como aprendi ensinado: ensinar me leva a aprender.
Referência
FREIRE, Paulo. Carta De Paulo Freire Aos Professores. Estud. av. vol.15 no.42 São PauloMay/Aug. 2001. Disponível em:
terça-feira, 7 de abril de 2009
“Tempos Pós-Modernos”: o legado de Charlie Chaplin
“Tempos Pós-Modernos”: o legado de Charlie Chaplin
Andréa Regina Previati *
Charlie Chaplin soube retratar com brilhantismo, no filme "Tempos Modernos", a situação pela qual passava o homem com o advento da Revolução Industrial. Sem dúvida, a invenção da máquina a vapor foi o primeiro passo para uma transformação assustadora que mais adiante se refletiria na vida do homem. Essa invenção tão significativa para a história da humanidade desencadeou não só uma revolução tecnológica, mas também, uma revolução de hábitos, costumes e valores humanos.
A busca incessante de acúmulo de bens e valores financeiros pelos homens de negócio, aliada aos benefícios da ciência e da técnica, fez com que tudo se transformasse como num passe de mágica. Repentinamente, o homem deixou de ser artesão para tornar-se operário de fábrica. Isto significou a perda de seu poder (ou direito) sobre o trabalho: ele deixou de ser livre para ser explorado. Como artesão, o homem podia entender todo o processo de fabricação de um produto. Além disso, o artesão tinha a vantagem de trabalhar em sua própria casa, fazendo seu trabalho de acordo com a vontade e os desejos de seus "clientes". O trabalho não era estressante, era recompensador e digno. Poderia-se dizer que o inconveniente era a demora na execução do trabalho pelo artesão, que trabalhava geralmente sozinho.
Não podemos negar que a Revolução Industrial provocou igualmente mudanças importantes para a sociedade e para o homem. As relações de vida e trabalho das pessoas transformaram-se significativamente. E foram muitas!. Com a descoberta do excedente pelo homem, teve início todo o processo de transformações sociais. A partir desse momento, o homem começou a viver sem fronteiras e sem limites, como se tudo justificasse a obtenção de mais e mais dinheiro. Aliás, o lema, desde então, passou a ser: ter, seja o que for, a qualquer preço.
No início da Revolução Industrial do século XIX, acreditava-se que a abundância produziria a igualdade social, mas, ao contrário, a abundância ficou restrita há poucos e a tecnologia surgida com ela impediu que todos usufruíssem, igualmente, de seus benefícios. A segunda Revolução Industrial, iniciada no século XX, parece ter mudado de rumo: o capitalista continua produzindo com abundância, só que agora com menos trabalho e, o que é mais importante, de forma consumista e não produtiva. É a partir desse momento que a humanidade deixa valores étnicos e sociais de lado para, então, priorizar valores como a posse e o poder, às custas da desigualdade social. Neste sentido, parece que a humanidade está ameaçada.
É importante ressaltar que, com a Revolução Industrial e, conseqüentemente, com o surgimento da automação, a humanidade vem usufruindo de benefícios antes inimagináveis, que criaram novos hábitos e costumes na sociedade. Pode-se dizer que Chaplin, artista dotado de grande sensibilidade para retratar a realidade, anteviu, através desse filme, o futuro da humanidade. Com a concretização dessa antevisão, o futuro tornou-se presente. Nos últimos tempos, iniciamos um processo de desenvolvimento tão avançado que nos comportamos exatamente como o personagem vivido por Charlie Chaplin. Hoje, os poucos operários de fábricas inseridos no mercado de trabalho apertam tantos parafusos e são tão estressados quanto os do filme.
Entretanto, o foco de análise hoje é outro. Ao contrário do que é demonstrado no filme, enfrentamos o problema da falta de emprego e não o excesso dele. A máquina, considerada por muitos como a "grande vilã", reduziu paulatinamente postos de trabalho, ocupando espaços em nossas vidas, tão vertiginosamente, que nem nos apercebemos da rapidez com que se deu essa invasão.
Primeiramente, nosso local de trabalho, com a aposentadoria da máquina de escrever. Em seguida, nossa casa foi invadida por aparelhos de todo tipo: liquidificador, espremedor de frutas, batedeira, máquina de lavar e secar roupas, forno de microondas, televisor, vídeo-cassete e uma infinidade de produtos para se apertar botões. Agora, a máquina invadiu um espaço precioso para o homem: o lazer. Precioso porque, parafraseando Marx, o lazer é o espaço reservado à liberdade individual, no qual poderemos nos dedicar ao desenvolvimento intelectual. Infelizmente, isso pouco acontece; por comodidade e facilidade, preferimos nos restringir apenas a assistir um programa na TV, jogar vídeo game ou navegar horas a fio pela internet. É claro que todas essas vantagens advindas com a tecnologia sugiram como uma evolução "natural", em benefício da humanidade. O problema está na direção que essa evolução está caminhando. Tudo nos é apresentado como se fosse muito rápido, fácil e vantajoso, mas temos que refletir continuamente sobre as facilidades e comodidades promovidas pelo capitalismo moderno.
Quanto à produção do saber, podemos dizer que há dois tipos de cientistas: aquele realmente preocupado com o progresso e desenvolvimento do saber humano, e aquele que se apropria da ciência para condicionar o comportamento humano à aceitação de uma idéia. Devemos ficar atentos a este último, pois seu objetivo não é mais do que obscurecer a verdade, persuadindo-nos a tomar atitudes e praticar ações impensadas. Neste caso, há que se pensar numa democratização da ciência, para que todos, indistintivamente, possam ter condições de distinguir o real do simbolicamente colocado em nossas mentes.
Sobre essa discussão, segundo Marilena Chauí, existe outra forma mais sutil e perfeita de autoritarismo dos dominantes (sem considerar o uso da força, da repressão): a idéia de razão e de racionalidade que legitima a autoridade. O autoritarismo é favorecido pelo modo de produção capitalista porque o capital é dotado de racionalidade própria, conferindo-lhe a aparência de organização do real e a inteligibilidade. Neste caso, ainda segundo Chauí, a dominação não aparece na sua forma "clássica" (agentes sociais e políticos), mas de forma impessoal, através de uma razão inscrita nas próprias coisas. A dominação não é visível aos olhos do dominados porque há um discurso voltado para ocultar as contradições da sociedade, utilizando para isso a falácia da ciência enquanto verdade absoluta.
"A finalidade do discurso dominante (científico), enquanto discurso sábio e culto, é o de uniformizar e homogeneizar o social e o político, apagando a existência efetiva das contradições, dos antagonismos e das diferenças que se exprimem como luta de classes" (CHAUÍ, s/d, p. 133).
O progresso técnico, o grande responsável pelos avanços que presenciamos hoje na sociedade, tornou possível restringir a centralização de poder a uma pequena parcela da população. A ciência, neste caso, foi (e continua sendo) utilizada para manipular uma população desorientada que sucumbe a quaisquer tipos de idéias impostas como verdadeiras. É espantoso verificar que algumas ciências vêm sendo utilizadas de forma negativa, através da manipulação do comportamento humano.
Muitos estudiosos afirmam que o problema mais sério trazido pelo saber científico à humanidade foi o de procurar ordem em tudo, até no sistema de idéias. Isso é perigoso, pois leva ao despotismo. A organização é indispensável, sabemos disso, mas dentro de uma sociedade regida por princípios de cooperação.
Os efeitos desumanizadores da superorganização advindos dos princípios científicos são observados na busca incessante por previsibilidade de atitudes e comportamentos, o que demonstra que o homem vem sendo comparado a uma máquina. Muitos grupos sociais dominantes já estão construindo uma "sociedade controlada", composta por indivíduos uniformes, individualistas e consumistas. Ciências que ganham muito prestígio hoje na sociedade são aquelas ligadas ao comportamento humano, como a Psicologia, a Neurolingüística e o Marketing, que, utilizadas por grupos com interesses puramente econômicos, desenvolvem estudos que decifram nossas emoções e atitudes. Ajudados por profissionais desonestos, esses grupos almejam um comportamento previsível da população, como acontece com uma máquina. Somos condicionados, através da mídia, principalmente a televisão, a nos comportar da forma como "eles" desejam. A eficiência dos profissionais de Marketing faz com que compremos tudo que é exposto na televisão; os símbolos, cuidadosamente colocados em nossas mentes através da persuasão psicológica, levam-nos a consumir moda, gostos, hábitos, marcas e sonhos.
Um bom exemplo desse processo manipulatório pode ser observado em datas comemorativas importantes para o homem, datas essas que atuam profundamente na psique das pessoas. Em dezembro, mês de comemoração do Natal e um dos mais lucrativos para o comércio mundial, observamos propagandas maravilhosas na TV, carregadas de sentimentalismo e espírito de bondade. Essas propagandas são, na realidade, cuidadosamente estudas por profissionais de Marketing, ansiosos por ouvirem o barulho da caixa registradora soar loucamente, dispostos a tudo para que isso aconteça.
Vale tudo neste jogo. Sendo assim, recebemos uma enxurrada de símbolos de beleza, brilho, felicidade e harmonia, ligados a mercadorias fúteis e, muitas vezes, sem propósitos e sem utilidade. Em busca de felicidade e harmonia, compramos tudo que vemos pela frente, numa compulsão frenética. Na verdade, compramos ilusão. Em meio a uma ceia farta e uma belíssima árvore de natal colorida, famílias felizes trocam presentes e se cumprimentam, harmoniosamente, em comemoração à data especial. Não é de se estranhar que os consultórios de psicologia clínica fiquem abarrotados na passagem de ano: as pessoas, vendo tanta felicidade e harmonia na TV, frustram-se ao observarem que a realidade é bem diferente daquela que lhe é apresentada.
Devemos estar atentos a todo tipo de mensagem transmitida; devemos buscar a compreensão dos fatos de forma clara e completa, pois a manipulação de nossos espíritos é poderosa a ponto de fazer com que acreditemos que agimos por conta própria, dando a impressão de uma ação democratizada. Na verdade, o que falta é uma mudança de comportamento das pessoas, a fim de que haja o desenvolvimento de suas capacidades de perceber as condições de existência e os antagonismos existentes na sociedade.
Com o século XXI batendo à porta, é hora de repensar nossas atitudes, de ficar atentos às influências e distrações divulgadas pelos meios de comunicação. Devemos buscar valores perdidos pela humanidade como amor, afeto, amizade, bondade, paciência, honestidade, únicos bens realmente importantes para nós e que, infelizmente, parecem estar esquecidos. Só assim poderemos alcançar o sonho de sermos felizes de verdade, porque, como preconizou Charlie Chaplin, "mais do que máquinas, precisamos de humanidade".
* Pós-graduanda em Ciências Sociais - Universidade Estadual de Maringá (UEM); formada em Administração.
Andréa Regina Previati *
Charlie Chaplin soube retratar com brilhantismo, no filme "Tempos Modernos", a situação pela qual passava o homem com o advento da Revolução Industrial. Sem dúvida, a invenção da máquina a vapor foi o primeiro passo para uma transformação assustadora que mais adiante se refletiria na vida do homem. Essa invenção tão significativa para a história da humanidade desencadeou não só uma revolução tecnológica, mas também, uma revolução de hábitos, costumes e valores humanos.
A busca incessante de acúmulo de bens e valores financeiros pelos homens de negócio, aliada aos benefícios da ciência e da técnica, fez com que tudo se transformasse como num passe de mágica. Repentinamente, o homem deixou de ser artesão para tornar-se operário de fábrica. Isto significou a perda de seu poder (ou direito) sobre o trabalho: ele deixou de ser livre para ser explorado. Como artesão, o homem podia entender todo o processo de fabricação de um produto. Além disso, o artesão tinha a vantagem de trabalhar em sua própria casa, fazendo seu trabalho de acordo com a vontade e os desejos de seus "clientes". O trabalho não era estressante, era recompensador e digno. Poderia-se dizer que o inconveniente era a demora na execução do trabalho pelo artesão, que trabalhava geralmente sozinho.
Não podemos negar que a Revolução Industrial provocou igualmente mudanças importantes para a sociedade e para o homem. As relações de vida e trabalho das pessoas transformaram-se significativamente. E foram muitas!. Com a descoberta do excedente pelo homem, teve início todo o processo de transformações sociais. A partir desse momento, o homem começou a viver sem fronteiras e sem limites, como se tudo justificasse a obtenção de mais e mais dinheiro. Aliás, o lema, desde então, passou a ser: ter, seja o que for, a qualquer preço.
No início da Revolução Industrial do século XIX, acreditava-se que a abundância produziria a igualdade social, mas, ao contrário, a abundância ficou restrita há poucos e a tecnologia surgida com ela impediu que todos usufruíssem, igualmente, de seus benefícios. A segunda Revolução Industrial, iniciada no século XX, parece ter mudado de rumo: o capitalista continua produzindo com abundância, só que agora com menos trabalho e, o que é mais importante, de forma consumista e não produtiva. É a partir desse momento que a humanidade deixa valores étnicos e sociais de lado para, então, priorizar valores como a posse e o poder, às custas da desigualdade social. Neste sentido, parece que a humanidade está ameaçada.
É importante ressaltar que, com a Revolução Industrial e, conseqüentemente, com o surgimento da automação, a humanidade vem usufruindo de benefícios antes inimagináveis, que criaram novos hábitos e costumes na sociedade. Pode-se dizer que Chaplin, artista dotado de grande sensibilidade para retratar a realidade, anteviu, através desse filme, o futuro da humanidade. Com a concretização dessa antevisão, o futuro tornou-se presente. Nos últimos tempos, iniciamos um processo de desenvolvimento tão avançado que nos comportamos exatamente como o personagem vivido por Charlie Chaplin. Hoje, os poucos operários de fábricas inseridos no mercado de trabalho apertam tantos parafusos e são tão estressados quanto os do filme.
Entretanto, o foco de análise hoje é outro. Ao contrário do que é demonstrado no filme, enfrentamos o problema da falta de emprego e não o excesso dele. A máquina, considerada por muitos como a "grande vilã", reduziu paulatinamente postos de trabalho, ocupando espaços em nossas vidas, tão vertiginosamente, que nem nos apercebemos da rapidez com que se deu essa invasão.
Primeiramente, nosso local de trabalho, com a aposentadoria da máquina de escrever. Em seguida, nossa casa foi invadida por aparelhos de todo tipo: liquidificador, espremedor de frutas, batedeira, máquina de lavar e secar roupas, forno de microondas, televisor, vídeo-cassete e uma infinidade de produtos para se apertar botões. Agora, a máquina invadiu um espaço precioso para o homem: o lazer. Precioso porque, parafraseando Marx, o lazer é o espaço reservado à liberdade individual, no qual poderemos nos dedicar ao desenvolvimento intelectual. Infelizmente, isso pouco acontece; por comodidade e facilidade, preferimos nos restringir apenas a assistir um programa na TV, jogar vídeo game ou navegar horas a fio pela internet. É claro que todas essas vantagens advindas com a tecnologia sugiram como uma evolução "natural", em benefício da humanidade. O problema está na direção que essa evolução está caminhando. Tudo nos é apresentado como se fosse muito rápido, fácil e vantajoso, mas temos que refletir continuamente sobre as facilidades e comodidades promovidas pelo capitalismo moderno.
Quanto à produção do saber, podemos dizer que há dois tipos de cientistas: aquele realmente preocupado com o progresso e desenvolvimento do saber humano, e aquele que se apropria da ciência para condicionar o comportamento humano à aceitação de uma idéia. Devemos ficar atentos a este último, pois seu objetivo não é mais do que obscurecer a verdade, persuadindo-nos a tomar atitudes e praticar ações impensadas. Neste caso, há que se pensar numa democratização da ciência, para que todos, indistintivamente, possam ter condições de distinguir o real do simbolicamente colocado em nossas mentes.
Sobre essa discussão, segundo Marilena Chauí, existe outra forma mais sutil e perfeita de autoritarismo dos dominantes (sem considerar o uso da força, da repressão): a idéia de razão e de racionalidade que legitima a autoridade. O autoritarismo é favorecido pelo modo de produção capitalista porque o capital é dotado de racionalidade própria, conferindo-lhe a aparência de organização do real e a inteligibilidade. Neste caso, ainda segundo Chauí, a dominação não aparece na sua forma "clássica" (agentes sociais e políticos), mas de forma impessoal, através de uma razão inscrita nas próprias coisas. A dominação não é visível aos olhos do dominados porque há um discurso voltado para ocultar as contradições da sociedade, utilizando para isso a falácia da ciência enquanto verdade absoluta.
"A finalidade do discurso dominante (científico), enquanto discurso sábio e culto, é o de uniformizar e homogeneizar o social e o político, apagando a existência efetiva das contradições, dos antagonismos e das diferenças que se exprimem como luta de classes" (CHAUÍ, s/d, p. 133).
O progresso técnico, o grande responsável pelos avanços que presenciamos hoje na sociedade, tornou possível restringir a centralização de poder a uma pequena parcela da população. A ciência, neste caso, foi (e continua sendo) utilizada para manipular uma população desorientada que sucumbe a quaisquer tipos de idéias impostas como verdadeiras. É espantoso verificar que algumas ciências vêm sendo utilizadas de forma negativa, através da manipulação do comportamento humano.
Muitos estudiosos afirmam que o problema mais sério trazido pelo saber científico à humanidade foi o de procurar ordem em tudo, até no sistema de idéias. Isso é perigoso, pois leva ao despotismo. A organização é indispensável, sabemos disso, mas dentro de uma sociedade regida por princípios de cooperação.
Os efeitos desumanizadores da superorganização advindos dos princípios científicos são observados na busca incessante por previsibilidade de atitudes e comportamentos, o que demonstra que o homem vem sendo comparado a uma máquina. Muitos grupos sociais dominantes já estão construindo uma "sociedade controlada", composta por indivíduos uniformes, individualistas e consumistas. Ciências que ganham muito prestígio hoje na sociedade são aquelas ligadas ao comportamento humano, como a Psicologia, a Neurolingüística e o Marketing, que, utilizadas por grupos com interesses puramente econômicos, desenvolvem estudos que decifram nossas emoções e atitudes. Ajudados por profissionais desonestos, esses grupos almejam um comportamento previsível da população, como acontece com uma máquina. Somos condicionados, através da mídia, principalmente a televisão, a nos comportar da forma como "eles" desejam. A eficiência dos profissionais de Marketing faz com que compremos tudo que é exposto na televisão; os símbolos, cuidadosamente colocados em nossas mentes através da persuasão psicológica, levam-nos a consumir moda, gostos, hábitos, marcas e sonhos.
Um bom exemplo desse processo manipulatório pode ser observado em datas comemorativas importantes para o homem, datas essas que atuam profundamente na psique das pessoas. Em dezembro, mês de comemoração do Natal e um dos mais lucrativos para o comércio mundial, observamos propagandas maravilhosas na TV, carregadas de sentimentalismo e espírito de bondade. Essas propagandas são, na realidade, cuidadosamente estudas por profissionais de Marketing, ansiosos por ouvirem o barulho da caixa registradora soar loucamente, dispostos a tudo para que isso aconteça.
Vale tudo neste jogo. Sendo assim, recebemos uma enxurrada de símbolos de beleza, brilho, felicidade e harmonia, ligados a mercadorias fúteis e, muitas vezes, sem propósitos e sem utilidade. Em busca de felicidade e harmonia, compramos tudo que vemos pela frente, numa compulsão frenética. Na verdade, compramos ilusão. Em meio a uma ceia farta e uma belíssima árvore de natal colorida, famílias felizes trocam presentes e se cumprimentam, harmoniosamente, em comemoração à data especial. Não é de se estranhar que os consultórios de psicologia clínica fiquem abarrotados na passagem de ano: as pessoas, vendo tanta felicidade e harmonia na TV, frustram-se ao observarem que a realidade é bem diferente daquela que lhe é apresentada.
Devemos estar atentos a todo tipo de mensagem transmitida; devemos buscar a compreensão dos fatos de forma clara e completa, pois a manipulação de nossos espíritos é poderosa a ponto de fazer com que acreditemos que agimos por conta própria, dando a impressão de uma ação democratizada. Na verdade, o que falta é uma mudança de comportamento das pessoas, a fim de que haja o desenvolvimento de suas capacidades de perceber as condições de existência e os antagonismos existentes na sociedade.
Com o século XXI batendo à porta, é hora de repensar nossas atitudes, de ficar atentos às influências e distrações divulgadas pelos meios de comunicação. Devemos buscar valores perdidos pela humanidade como amor, afeto, amizade, bondade, paciência, honestidade, únicos bens realmente importantes para nós e que, infelizmente, parecem estar esquecidos. Só assim poderemos alcançar o sonho de sermos felizes de verdade, porque, como preconizou Charlie Chaplin, "mais do que máquinas, precisamos de humanidade".
* Pós-graduanda em Ciências Sociais - Universidade Estadual de Maringá (UEM); formada em Administração.
domingo, 5 de abril de 2009
CHARLES CHAPLIN
Há pouco mais de trinta anos, no natal de 1977, o mundo perdia uma das figuras mais carismáticas do século XX, Charles Chaplin. Um ícone refletido na figura emblemática de Charlie (Carlitos), o romântico vagabundo de bigode, bengala e chapéu-coco. Imagem que povoa a mente de todas as pessoas do planeta.
Charles Spencer Chaplin nasceu em Walworth, Londres, em 1889. Filho de animadores do Music Hall, seus pais se separaram logo a seguir ao seu nascimento. A mãe tinha sérios problemas emocionais, que se agravaram com o tempo, o pai morreu quando Chaplin tinha ainda 12 anos, devido a problemas com bebidas. É da mãe que Chaplin herda o ludismo que carregaria para sempre na figura de Carlitos, quando criança esteve seriamente doente, ela sentava-se na janela e representava para o filho o que acontecia lá fora. Foi a mãe que lhe ensinou a cantar e a representar, e o menino Chaplin pisou nos palcos do Music Hall em 1894, aos cinco de idade.
Os problemas emocionais da mãe, juntando-se longos períodos de desemprego que ela passou, o alcoolismo do pai, trouxeram para a infância pobre de Chaplin momentos de internação em uma escola para crianças órfãs e destituídas de bens. Trabalhando regularmente nos teatros londrinos, Chaplin torna-se palhaço na companhia de comédia de Fred Karno.
A Figura Eterna do Vagabundo
Em 1912 segue com esta companhia para os Estados Unidos. A atuação de Chaplin na companhia de Karno foi vista pelo produtor de filmes Mack Sennet, que o contratou para trabalhar no estúdio Keystone Film Company. Iniciava-se uma das maiores carreiras cinematográficas da história. Charles Chaplin logo desponta no cinema mudo. É justamente no silêncio do cinema que cria o seu personagem malabarista, Charlie, ou Carlitos, como ficou conhecido no Brasil.
Com o adorável vagabundo Chaplin conquista o mundo. Faz desta personagem carismática um símbolo do século XX e do cinema que nascia no subúrbio de Hollywood, em Los Angeles. Carlitos torna-se o auto-retrato do homem no limiar da vida. Desprotegido do mundo, usa da inteligência para sobreviver, do carisma para conquistar e da sagacidade para incomodar os que estão à sua volta. A personagem empolga, mas toca na mesquinhez de quem a ladeia. Com o olhar triste e desprotegido, traz a completa solidão do homem diante de um mundo que se industrializa e se firma cada vez mais em um capitalismo selvagem. Carlitos traz sobre a sua proteção símbolos ainda mais desprotegidos do que ele diante da vida, como a criança abandonada pela mãe e encontrada pelo vagabundo (The Kid, 1921), ou a figura do cão rafeiro a acompanhá-lo. A figura do vagabundo é um ícone da galeria de personagens universais, não só do cinema, mas da arte moderna. Na sua contravenção e astúcia o reflexo do homem que luta contra o sistema, a liberdade vista como marginal e sem objetivos.
Um Homem de Cinema
Por trás da figura de Carlitos, Charles Chaplin revela-se um homem de negócios dentro da Sétima Arte. Funda com Mary Pickford, D. W. Griffith e Douglas Fairbanks Pai, em 1919, a United Artists, que se transformaria em um grande estúdio. Passa a dirigir os próprios filmes. Quando o som chega ao cinema em 1927, Chaplin permanece fazendo filmes mudos pela década de trinta. O seu primeiro filme sonoro só viria em “O Grande Ditador”, em 1940, sátira ao nazismo e à figura de Adolf Hitler.
Com “Tempos Modernos”, de 1936, Chaplin deixa claro o seu flerte com a esquerda. Suas posições políticas seriam responsáveis pela perseguição que iria sofrer quando da época da caça às bruxas deflagrada pelo macarthismo. Durante as décadas que viveu nos Estados Unidos, Chaplin jamais recorreu à nacionalidade americana, vivendo com visto de residência como qualquer outro estrangeiro. Acusado de comunista, numa visita à Inglaterra em 1952, foi impedido de entrar novamente nas terras do Tio Sam, tendo o seu visto negado pelo serviço de imigração daquele país. Chaplin decide viver na Suíça, de onde não mais iria sair. O velho senhor só retornaria à América em 1972, para receber o Oscar honorário (segundo da sua carreira) por sua obra e contribuição ao cinema. Em 1973 receberia o Oscar de melhor trilha sonora pelo filme “Luzes da Ribalta”, de 1952, mas só lançado em Los Angeles em 1972, devido à perseguição do macarthismo.
O último filme dirigido por Chaplin foi "A Condessa de Hong Kong", de 1967, protagonizado por Sophia Loren e Marlon Brando. Apesar do elenco, é um dos filmes que mais crítica negativa teve a sua carreira excepcional.
Em 1975, já livre das perseguições políticas devido às posições de esquerda, o adorável vagabundo do cinema tem o seu título de nobreza, é condecorado como cavaleiro de Sua Majestade, Elizabeth II, tornando-se Sir Charles Spencer Chaplin.
Fonte: http://virtualia.blogs.sapo.pt/7894.html
domingo, 15 de março de 2009
Índios - Legião Urbana
"Quem me dera
Ao menos uma vez
Provar que quem tem mais
Do que precisa ter
Quase sempre se convence
Que não tem o bastante
Fala demais
Por não ter nada a dizer"
Infelizmente são estes que nos dão os espelhos "mágicos". Não podemos ficar omissos a neocolonização imposta a nós. Somos os novos índios; estão levando embora até o que não temos; somos pilhados o todo tempo, por todas as intiuições; recebemos um salário indigno que deve ser o suficiente para nos mantermos em pé no trabalho, sustentar nossas famílias, comprar remédios, pagar dízimo, mil e um impostos, inclusive a taxa sindical, para quem deveria defender nosso direitos e ainda tentam nos convencer de que contribuimos pouco; assim criam, criança esperança, big brother brasil, canais de televisão pagos pelo público etc. mas de fato, estão aliados a dominação; enfim, estamos agindo passivamente frente ao escambo da exploração capitalista; precisamos dar um basta.
"Quem me dera
Ao menos uma vez
Como a mais bela tribo
Dos mais belos índios
Não ser atacado
Por ser inocente."...
domingo, 8 de março de 2009
Mulher, mulher...a escola em que voce foi ensinada jamais tirei um 10, sou forte mas não chego aos teus pés... (Erasmo Carlos)
Gostaria aqui de registrar em poucas palavras meus parabéns a todas as mulheres pelo dia internacional de vocês. Pra quem não sabe "O Dia Internacional da Mulher e uma homenagem a um episódio trágico que aconteceu nos Estados Unidos. Em 1857, mulheres de uma fábrica de tecidos em Nova Iorque se rebelaram contra suas condições de trabalho. Foi a primeira vez que as mulheres se uniram para reivindicar melhorias.
Mas a rebelião foi contida de forma violenta, culminando com a morte de 129 tecelãs, que morreram carbonizadas dentro da fábrica. Em 1910 surgiu a idéia de se criar uma data para homenagear essas operárias e marcar um dia de luta feminina. Em 1975 a Assembléia Geral das Organizações das Nações Unidas (ONU) decretou o dia 8 de marco como Dia Internacional da Mulher" (in: http://www.buscafeminina.com/como_surgiu_o_dia_da_mulher.htm; acesso em 08/03/2009).
Portanto, este dia não é de ir ao shoping, fazer compras ou render-se aos encantos da sociedade consumista. Exatamente o contrário, devemos neste dia recordar a lutas destas mulheres operárias, bem como todas as mulheres que sofrerem e sofrem o jugo do machismo, da exploração e opressão. Desejo a vocês mulheres, que vocês saibam cada vez mais mostrar todo o potencial de vocês e lutar por seus direitos, pois é este o verdadeiro sentido deste dia. Vocês são muito importantes pra nós e pra toda sociedade. Segue um video com informaçoes mais detalhadas sobre a rebelião:
Mas a rebelião foi contida de forma violenta, culminando com a morte de 129 tecelãs, que morreram carbonizadas dentro da fábrica. Em 1910 surgiu a idéia de se criar uma data para homenagear essas operárias e marcar um dia de luta feminina. Em 1975 a Assembléia Geral das Organizações das Nações Unidas (ONU) decretou o dia 8 de marco como Dia Internacional da Mulher" (in: http://www.buscafeminina.com/como_surgiu_o_dia_da_mulher.htm; acesso em 08/03/2009).
Portanto, este dia não é de ir ao shoping, fazer compras ou render-se aos encantos da sociedade consumista. Exatamente o contrário, devemos neste dia recordar a lutas destas mulheres operárias, bem como todas as mulheres que sofrerem e sofrem o jugo do machismo, da exploração e opressão. Desejo a vocês mulheres, que vocês saibam cada vez mais mostrar todo o potencial de vocês e lutar por seus direitos, pois é este o verdadeiro sentido deste dia. Vocês são muito importantes pra nós e pra toda sociedade. Segue um video com informaçoes mais detalhadas sobre a rebelião:
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
Um dia você aprende - Shakspeare
"Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dara mão e acorrentar a alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se,e que companhia nem sempre significa segurança. E começa aprender que beijos não são contratos, e que presentes não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e os olhos adiante, com graça de um adulto e não a tristeza de uma criança. E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair meio em vão.
Depois de algum tempo, você aprende que o sol queima, se ficar a ele exposto por muito tempo. E aprende que, não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceita que, não importam quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo (a) de vez em quando, e você precisa perdoa-la por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais. Descobre que leva-se anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá para o resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer, mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprende que não temos que mudar de amigos, se compreendermos que os amigos mudam. Percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobre que as pessoas com que você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso, devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos.Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm muita influência sobre nós, mas que nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que você pode ser. Descobre que leva muito tempo para se chegar aonde está indo, mas que, se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve. Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.
Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer,enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática.Descobre que algumas vezes, a pessoa que você espera que o chute, quando você cai, é uma das poucas pessoas que o ajudam a levantar-se. Aprende que a maturidade tem mais a ver com tipos de experiências que se teve e o que se aprendeu com elas, do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais de seus pais em você do que você supunha. Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes, e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando está com raiva, tem direito de estar com raiva, mas isso não lhe dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama mais do jeito que você quer não significa que esse alguém não o ame com todas as forças, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso. Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, e que algumas vezes, você tem que aprender a perdoar a si mesmo.E que, com a mesma severidade com que julga, será em algum momento condenado. Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára, para que você
junte seus cacos. Aprende que o tempo não é algo que se possa voltar para trás. Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E vocêaprende realmente que pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir mais longe, depois de pensar que não pode mais. E que realmente a vida tem valor diante da vida !!!"
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
Selva Rolante
Recentemente tomei uma decisão drástica em minha vida. Deixei a moto em casa, adquiri uma bicicleta e passei a percorrer o trajeto de minha casa ao trabalho com a magrela. Nunca imaginei que esta decisão marcaria tanto minha vida. Meu motivo para tal decisão foi a necessidade de desenvolver alguma atividade física, na dificuldade com tempo para praticar esporte, resolvi percorrer os aproximadamente 7 km de byke.
Entretanto, bem mais do que exercitar meu corpo, transitar de bicicleta tem confirmado uma suspeita antiga. Penso que o transito é um lugar privilegiado para o ser humano, especialmente do sexo masculino, liberar todo seu estresse e violência instintiva. As vias são espaço para competição e concorrência constante. Basta para isso ver a posição de alguém que sofre uma ultrapassagem. É doído ser ultrapassado. É Como se o motorista estivesse sendo derrotado, é necessário revidar, sobretudo se o veículo concorrente for inferior. Isso em parte explica a agressividade no trânsito. Outra forma de manifestar a competição é a imposição da força do mais forte. Caminhões sobressaem sobre carros baixos, estes sobre as motocicletas, seguidos por ciclistas e finalmente pedestres. Há uma espécie de cadeia alimentar em que o maior engole o menor.
Sem dúvida, nosso trânsito seria menos violente se fossemos mais racionais. Mas não. Temos que correr, correr mais que o outro, ser melhor que outro, ter o carro melhor, com o melhor arranque, maior velocidade final, o motor mais potente. O mesmo se diga para motos e outros veículos. E, infelizmente, quem paga o pato por tamanha prepotência são ciclistas e pedestres.
Hoje, quando retornava do trabalho, dividindo o espaço com os demais veículos, pressionados por ônibus e caminhões a refugiar-me na calçada, onde por sinal não há uma via para ciclistas, presenciei um fato cômico, e quase trágico. Um carro estava saindo de um estacionamento, enquanto vinha um ciclista a minha frente. O motorista entrou na frente no ciclista e contornou no estacionamento ao lado. Magicamente, o garoto foi capaz de fazer a mesma curva, com a mesma velocidade e escapar do acidente; talvez, se não fosse sua percepção e agilidade, agora estaria num hospital, para descartarmos a necessidade de acionar o prever.
Infelizmente nosso trânsito é assim. O que sinto é que nele revelamos todos nossos instintos mais selvagens e emulativos. O poder de dirigir um veículo nos eleva, nos faz pretender sermos maiores que os demais, o orgulho nos invade e achamos que nada pode nos parar, ate que encontramos outro que pensa a mesma coisa, quando isso acontece geralmente a conclusão é trágica.
Entretanto, bem mais do que exercitar meu corpo, transitar de bicicleta tem confirmado uma suspeita antiga. Penso que o transito é um lugar privilegiado para o ser humano, especialmente do sexo masculino, liberar todo seu estresse e violência instintiva. As vias são espaço para competição e concorrência constante. Basta para isso ver a posição de alguém que sofre uma ultrapassagem. É doído ser ultrapassado. É Como se o motorista estivesse sendo derrotado, é necessário revidar, sobretudo se o veículo concorrente for inferior. Isso em parte explica a agressividade no trânsito. Outra forma de manifestar a competição é a imposição da força do mais forte. Caminhões sobressaem sobre carros baixos, estes sobre as motocicletas, seguidos por ciclistas e finalmente pedestres. Há uma espécie de cadeia alimentar em que o maior engole o menor.
Sem dúvida, nosso trânsito seria menos violente se fossemos mais racionais. Mas não. Temos que correr, correr mais que o outro, ser melhor que outro, ter o carro melhor, com o melhor arranque, maior velocidade final, o motor mais potente. O mesmo se diga para motos e outros veículos. E, infelizmente, quem paga o pato por tamanha prepotência são ciclistas e pedestres.
Hoje, quando retornava do trabalho, dividindo o espaço com os demais veículos, pressionados por ônibus e caminhões a refugiar-me na calçada, onde por sinal não há uma via para ciclistas, presenciei um fato cômico, e quase trágico. Um carro estava saindo de um estacionamento, enquanto vinha um ciclista a minha frente. O motorista entrou na frente no ciclista e contornou no estacionamento ao lado. Magicamente, o garoto foi capaz de fazer a mesma curva, com a mesma velocidade e escapar do acidente; talvez, se não fosse sua percepção e agilidade, agora estaria num hospital, para descartarmos a necessidade de acionar o prever.
Infelizmente nosso trânsito é assim. O que sinto é que nele revelamos todos nossos instintos mais selvagens e emulativos. O poder de dirigir um veículo nos eleva, nos faz pretender sermos maiores que os demais, o orgulho nos invade e achamos que nada pode nos parar, ate que encontramos outro que pensa a mesma coisa, quando isso acontece geralmente a conclusão é trágica.
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
Imagine - john lennon
Imagine (tradução)
John Lennon
Imagine que não existe paraíso É fácil se você tentar
Nenhum inferno abaixo de nós E acima apenas o céu
Imagine todas as pessoas Vivendo para o hoje
Imagine não existir países Não é difícil de fazê- lo
Nada pelo que lutar ou morrer E nenhuma religião também
Imagine todas as pessoas Vivendo a vida em paz
Talvez você diga que eu sou um sonhador
Mas não sou o único Desejo que um dia você se junte a nós
E o mundo, então, será como um só Imagine não existir posses
Surpreenderia-me se você conseguisse Sem necessidades e fome
Uma irmandade humana Imagine todas as pessoas
Compartilhando o mundo Talvez você diga
que eu sou um sonhador Mas não sou o único
Desejo que um dia você se junte a nós
E o mundo, então, será como um só
Erros Gramaticais
Ola Amigos (as)
segue algumas informaçoes sobre erros comuns em nossa redação. Coletados em varios sites, este texto pode nos ajudar a evitar erros corriqueiros na lingua escrita. Obviamente, respeitando a linguagem oral de cada individuo ou região.
Ao final de cada texto indico o site que o texto foi retirado.
Os cem erros mais comuns:
Fonte: Estadão.com.br
Erros gramaticais e ortográficos devem, por princípio, ser evitados. Alguns, no entanto, como ocorrem com maior freqüência, merecem atenção redobrada. O primeiro capítulo deste manual inclui explicações mais completas a respeito de cada um deles. Veja os cem mais comuns do idioma e use esta relação como um roteiro para fugir deles.
1 - "Mal cheiro", "mau-humorado". Mal opõe-se a bem e mau, a bom. Assim: mau cheiro (bom cheiro), mal-humorado (bem-humorado). Igualmente: mau humor, mal-intencionado, mau jeito, mal-estar.
2 - "Fazem" cinco anos. Fazer, quando exprime tempo, é impessoal: Faz cinco anos. / Fazia dois séculos. / Fez 15 dias.
3 - "Houveram" muitos acidentes. Haver, como existir, também é invariável: Houve muitos acidentes. / Havia muitas pessoas. / Deve haver muitos casos iguais.
4 - "Existe" muitas esperanças. Existir, bastar, faltar, restar e sobrar admitem normalmente o plural: Existem muitas esperanças. / Bastariam dois dias. / Faltavam poucas peças. / Restaram alguns objetos. / Sobravam idéias.
5 - Para "mim" fazer. Mim não faz, porque não pode ser sujeito. Assim: Para eu fazer, para eu dizer, para eu trazer.
6 - Entre "eu" e você. Depois de preposição, usa-se mim ou ti: Entre mim e você. / Entre eles e ti.
7 - "Há" dez anos "atrás". Há e atrás indicam passado na frase. Use apenas há dez anos ou dez anos atrás.
8 - "Entrar dentro". O certo: entrar em. Veja outras redundâncias: Sair fora ou para fora, elo de ligação, monopólio exclusivo, já não há mais, ganhar grátis, viúva do falecido.
9 - "Venda à prazo". Não existe crase antes de palavra masculina, a menos que esteja subentendida a palavra moda: Salto à (moda de) Luís XV. Nos demais casos: A salvo, a bordo, a pé, a esmo, a cavalo, a caráter.
10 - "Porque" você foi? Sempre que estiver clara ou implícita a palavra razão, use por que separado: Por que (razão) você foi? / Não sei por que (razão) ele faltou. / Explique por que razão você se atrasou. Porque é usado nas respostas: Ele se atrasou porque o trânsito estava congestionado.
11 - Vai assistir "o" jogo hoje. Assistir como presenciar exige a: Vai assistir ao jogo, à missa, à sessão. Outros verbos com a: A medida não agradou (desagradou) à população. / Eles obedeceram (desobedeceram) aos avisos. / Aspirava ao cargo de diretor. / Pagou ao amigo. / Respondeu à carta. / Sucedeu ao pai. / Visava aos estudantes.
12 - Preferia ir "do que" ficar. Prefere-se sempre uma coisa a outra: Preferia ir a ficar. É preferível segue a mesma norma: É preferível lutar a morrer sem glória.
13 - O resultado do jogo, não o abateu. Não se separa com vírgula o sujeito do predicado. Assim: O resultado do jogo não o abateu. Outro erro: O prefeito prometeu, novas denúncias. Não existe o sinal entre o predicado e o complemento: O prefeito prometeu novas denúncias.
14 - Não há regra sem "excessão". O certo é exceção. Veja outras grafias erradas e, entre parênteses, a forma correta: "paralizar" (paralisar), "beneficiente" (beneficente), "xuxu" (chuchu), "previlégio" (privilégio), "vultuoso" (vultoso), "cincoenta" (cinqüenta), "zuar" (zoar), "frustado" (frustrado), "calcáreo" (calcário), "advinhar" (adivinhar), "benvindo" (bem-vindo), "ascenção" (ascensão), "pixar" (pichar), "impecilho" (empecilho), "envólucro" (invólucro).
15 - Quebrou "o" óculos. Concordância no plural: os óculos, meus óculos. Da mesma forma: Meus parabéns, meus pêsames, seus ciúmes, nossas férias, felizes núpcias.
16 - Comprei "ele" para você. Eu, tu, ele, nós, vós e eles não podem ser objeto direto. Assim: Comprei-o para você. Também: Deixe-os sair, mandou-nos entrar, viu-a, mandou-me.
17 - Nunca "lhe" vi. Lhe substitui a ele, a eles, a você e a vocês e por isso não pode ser usado com objeto direto: Nunca o vi. / Não o convidei. / A mulher o deixou. / Ela o ama.
18 - "Aluga-se" casas. O verbo concorda com o sujeito: Alugam-se casas. / Fazem-se consertos. / É assim que se evitam acidentes. / Compram-se terrenos. / Procuram-se empregados.
19 - "Tratam-se" de. O verbo seguido de preposição não varia nesses casos: Trata-se dos melhores profissionais. / Precisa-se de empregados. / Apela-se para todos. / Conta-se com os amigos.
20 - Chegou "em" São Paulo. Verbos de movimento exigem a, e não em: Chegou a São Paulo. / Vai amanhã ao cinema. / Levou os filhos ao circo.
21 - Atraso implicará "em" punição. Implicar é direto no sentido de acarretar, pressupor: Atraso implicará punição. / Promoção implica responsabilidade.
22 - Vive "às custas" do pai. O certo: Vive à custa do pai. Use também em via de, e não "em vias de": Espécie em via de extinção. / Trabalho em via de conclusão.
23 - Todos somos "cidadões". O plural de cidadão é cidadãos. Veja outros: caracteres (de caráter), juniores, seniores, escrivães, tabeliães, gângsteres.
24 - O ingresso é "gratuíto". A pronúncia correta é gratúito, assim como circúito, intúito e fortúito (o acento não existe e só indica a letra tônica). Da mesma forma: flúido, condôr, recórde, aváro, ibéro, pólipo.
25 - A última "seção" de cinema. Seção significa divisão, repartição, e sessão equivale a tempo de uma reunião, função: Seção Eleitoral, Seção de Esportes, seção de brinquedos; sessão de cinema, sessão de pancadas, sessão do Congresso.
26 - Vendeu "uma" grama de ouro. Grama, peso, é palavra masculina: um grama de ouro, vitamina C de dois gramas. Femininas, por exemplo, são a agravante, a atenuante, a alface, a cal, etc.
27 - "Porisso". Duas palavras, por isso, como de repente e a partir de.
28 - Não viu "qualquer" risco. É nenhum, e não "qualquer", que se emprega depois de negativas: Não viu nenhum risco. / Ninguém lhe fez nenhum reparo. / Nunca promoveu nenhuma confusão.
29 - A feira "inicia" amanhã. Alguma coisa se inicia, se inaugura: A feira inicia-se (inaugura-se) amanhã.
30 - Soube que os homens "feriram-se". O que atrai o pronome: Soube que os homens se feriram. / A festa que se realizou... O mesmo ocorre com as negativas, as conjunções subordinativas e os advérbios: Não lhe diga nada. / Nenhum dos presentes se pronunciou. / Quando se falava no assunto... / Como as pessoas lhe haviam dito... / Aqui se faz, aqui se paga. / Depois o procuro.
31 - O peixe tem muito "espinho". Peixe tem espinha. Veja outras confusões desse tipo: O "fuzil" (fusível) queimou. / Casa "germinada" (geminada), "ciclo" (círculo) vicioso, "cabeçário" (cabeçalho).
32 - Não sabiam "aonde" ele estava. O certo: Não sabiam onde ele estava. Aonde se usa com verbos de movimento, apenas: Não sei aonde ele quer chegar. / Aonde vamos?
33 - "Obrigado", disse a moça. Obrigado concorda com a pessoa: "Obrigada", disse a moça. / Obrigado pela atenção. / Muito obrigados por tudo.
34 - O governo "interviu". Intervir conjuga-se como vir. Assim: O governo interveio. Da mesma forma: intervinha, intervim, interviemos, intervieram. Outros verbos derivados: entretinha, mantivesse, reteve, pressupusesse, predisse, conviesse, perfizera, entrevimos, condisser, etc.
35 - Ela era "meia" louca. Meio, advérbio, não varia: meio louca, meio esperta, meio amiga.
36 - "Fica" você comigo. Fica é imperativo do pronome tu. Para a 3.ª pessoa, o certo é fique: Fique você comigo. / Venha pra Caixa você também. / Chegue aqui.
37 - A questão não tem nada "haver" com você. A questão, na verdade, não tem nada a ver ou nada que ver. Da mesma forma: Tem tudo a ver com você.
38 - A corrida custa 5 "real". A moeda tem plural, e regular: A corrida custa 5 reais.
39 - Vou "emprestar" dele. Emprestar é ceder, e não tomar por empréstimo: Vou pegar o livro emprestado. Ou: Vou emprestar o livro (ceder) ao meu irmão. Repare nesta concordância: Pediu emprestadas duas malas.
40 - Foi "taxado" de ladrão. Tachar é que significa acusar de: Foi tachado de ladrão. / Foi tachado de leviano.
41 - Ele foi um dos que "chegou" antes. Um dos que faz a concordância no plural: Ele foi um dos que chegaram antes (dos que chegaram antes, ele foi um). / Era um dos que sempre vibravam com a vitória.
42 - "Cerca de 18" pessoas o saudaram. Cerca de indica arredondamento e não pode aparecer com números exatos: Cerca de 20 pessoas o saudaram.
43 - Ministro nega que "é" negligente. Negar que introduz subjuntivo, assim como embora e talvez: Ministro nega que seja negligente. / O jogador negou que tivesse cometido a falta. / Ele talvez o convide para a festa. / Embora tente negar, vai deixar a empresa.
44 - Tinha "chego" atrasado. "Chego" não existe. O certo: Tinha chegado atrasado.
45 - Tons "pastéis" predominam. Nome de cor, quando expresso por substantivo, não varia: Tons pastel, blusas rosa, gravatas cinza, camisas creme. No caso de adjetivo, o plural é o normal: Ternos azuis, canetas pretas, fitas amarelas.
46 - Lute pelo "meio-ambiente". Meio ambiente não tem hífen, nem hora extra, ponto de vista, mala direta, pronta entrega, etc. O sinal aparece, porém, em mão-de-obra, matéria-prima, infra-estrutura, primeira-dama, vale-refeição, meio-de-campo, etc.
47 - Queria namorar "com" o colega. O com não existe: Queria namorar o colega.
48 - O processo deu entrada "junto ao" STF. Processo dá entrada no STF. Igualmente: O jogador foi contratado do (e não "junto ao") Guarani. / Cresceu muito o prestígio do jornal entre os (e não "junto aos") leitores. / Era grande a sua dívida com o (e não "junto ao") banco. / A reclamação foi apresentada ao (e não "junto ao") Procon.
49 - As pessoas "esperavam-o". Quando o verbo termina em m, ão ou õe, os pronomes o, a, os e as tomam a forma no, na, nos e nas: As pessoas esperavam-no. / Dão-nos, convidam-na, põe-nos, impõem-nos.
50 - Vocês "fariam-lhe" um favor? Não se usa pronome átono (me, te, se, lhe, nos, vos, lhes) depois de futuro do presente, futuro do pretérito (antigo condicional) ou particípio. Assim: Vocês lhe fariam (ou far-lhe-iam) um favor? / Ele se imporá pelos conhecimentos (e nunca "imporá-se"). / Os amigos nos darão (e não "darão-nos") um presente. / Tendo-me formado (e nunca tendo "formado-me").
51 - Chegou "a" duas horas e partirá daqui "há" cinco minutos. Há indica passado e equivale a faz, enquanto a exprime distância ou tempo futuro (não pode ser substituído por faz): Chegou há (faz) duas horas e partirá daqui a (tempo futuro) cinco minutos. / O atirador estava a (distância) pouco menos de 12 metros. / Ele partiu há (faz) pouco menos de dez dias.
52 - Blusa "em" seda. Usa-se de, e não em, para definir o material de que alguma coisa é feita: Blusa de seda, casa de alvenaria, medalha de prata, estátua de madeira.
53 - A artista "deu à luz a" gêmeos. A expressão é dar à luz, apenas: A artista deu à luz quíntuplos. Também é errado dizer: Deu "a luz a" gêmeos.
54 - Estávamos "em" quatro à mesa. O em não existe: Estávamos quatro à mesa. / Éramos seis. / Ficamos cinco na sala.
55 - Sentou "na" mesa para comer. Sentar-se (ou sentar) em é sentar-se em cima de. Veja o certo: Sentou-se à mesa para comer. / Sentou ao piano, à máquina, ao computador.
56 - Ficou contente "por causa que" ninguém se feriu. Embora popular, a locução não existe. Use porque: Ficou contente porque ninguém se feriu.
57 - O time empatou "em" 2 a 2. A preposição é por: O time empatou por 2 a 2. Repare que ele ganha por e perde por. Da mesma forma: empate por.
58 - À medida "em" que a epidemia se espalhava... O certo é: À medida que a epidemia se espalhava... Existe ainda na medida em que (tendo em vista que): É preciso cumprir as leis, na medida em que elas existem.
59 - Não queria que "receiassem" a sua companhia. O i não existe: Não queria que receassem a sua companhia. Da mesma forma: passeemos, enfearam, ceaste, receeis (só existe i quando o acento cai no e que precede a terminação ear: receiem, passeias, enfeiam).
60 - Eles "tem" razão. No plural, têm é assim, com acento. Tem é a forma do singular. O mesmo ocorre com vem e vêm e põe e põem: Ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm; ele põe, eles põem.
61 - A moça estava ali "há" muito tempo. Haver concorda com estava. Portanto: A moça estava ali havia (fazia) muito tempo. / Ele doara sangue ao filho havia (fazia) poucos meses. / Estava sem dormir havia (fazia) três meses. (O havia se impõe quando o verbo está no imperfeito e no mais-que-perfeito do indicativo.)
62 - Não "se o" diz. É errado juntar o se com os pronomes o, a, os e as. Assim, nunca use: Fazendo-se-os, não se o diz (não se diz isso), vê-se-a, etc.
63 - Acordos "políticos-partidários". Nos adjetivos compostos, só o último elemento varia: acordos político-partidários. Outros exemplos: Bandeiras verde-amarelas, medidas econômico-financeiras, partidos social-democratas.
64 - Fique "tranquilo". O u pronunciável depois de q e g e antes de e e i exige trema: Tranqüilo, conseqüência, lingüiça, agüentar, Birigüi.
65 - Andou por "todo" país. Todo o (ou a) é que significa inteiro: Andou por todo o país (pelo país inteiro). / Toda a tripulação (a tripulação inteira) foi demitida. Sem o, todo quer dizer cada, qualquer: Todo homem (cada homem) é mortal. / Toda nação (qualquer nação) tem inimigos.
66 - "Todos" amigos o elogiavam. No plural, todos exige os: Todos os amigos o elogiavam. / Era difícil apontar todas as contradições do texto.
67 - Favoreceu "ao" time da casa. Favorecer, nesse sentido, rejeita a: Favoreceu o time da casa. / A decisão favoreceu os jogadores.
68 - Ela "mesmo" arrumou a sala. Mesmo, quanto equivale a próprio, é variável: Ela mesma (própria) arrumou a sala. / As vítimas mesmas recorreram à polícia.
69 - Chamei-o e "o mesmo" não atendeu. Não se pode empregar o mesmo no lugar de pronome ou substantivo: Chamei-o e ele não atendeu. / Os funcionários públicos reuniram-se hoje: amanhã o país conhecerá a decisão dos servidores (e não "dos mesmos").
70 - Vou sair "essa" noite. É este que desiga o tempo no qual se está ou objeto próximo: Esta noite, esta semana (a semana em que se está), este dia, este jornal (o jornal que estou lendo), este século (o século 20).
71 - A temperatura chegou a 0 "graus". Zero indica singular sempre: Zero grau, zero-quilômetro, zero hora.
Parte inferior do formulário
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72 - A promoção Parte superior do formulário
veio "de encontro aos" seus desejos. Ao encontro de é que expressa uma situação favorável: A promoção veio ao encontro dos seus desejos. De encontro a significa condição contrária: A queda do nível dos salários foi de encontro às (foi contra) expectativas da categoria.
73 - Comeu frango "ao invés de" peixe. Em vez de indica substituição: Comeu frango em vez de peixe. Ao invés de significa apenas ao contrário: Ao invés de entrar, saiu.
74 - Se eu "ver" você por aí... O certo é: Se eu vir, revir, previr. Da mesma forma: Se eu vier (de vir), convier; se eu tiver (de ter), mantiver; se ele puser (de pôr), impuser; se ele fizer (de fazer), desfizer; se nós dissermos (de dizer), predissermos.
75 - Ele "intermedia" a negociação. Mediar e intermediar conjugam-se como odiar: Ele intermedeia (ou medeia) a negociação. Remediar, ansiar e incendiar também seguem essa norma: Remedeiam, que eles anseiem, incendeio.
76 - Ninguém se "adequa". Não existem as formas "adequa", "adeqüe", etc., mas apenas aquelas em que o acento cai no a ou o: adequaram, adequou, adequasse, etc.
77 - Evite que a bomba "expluda". Explodir só tem as pessoas em que depois do d vêm e e i: Explode, explodiram, etc. Portanto, não escreva nem fale "exploda" ou "expluda", substituindo essas formas por rebente, por exemplo. Precaver-se também não se conjuga em todas as pessoas. Assim, não existem as formas "precavejo", "precavês", "precavém", "precavenho", "precavenha", "precaveja", etc.
78 - Governo "reavê" confiança. Equivalente: Governo recupera confiança. Reaver segue haver, mas apenas nos casos em que este tem a letra v: Reavemos, reouve, reaverá, reouvesse. Por isso, não existem "reavejo", "reavê", etc.
79 - Disse o que "quiz". Não existe z, mas apenas s, nas pessoas de querer e pôr: Quis, quisesse, quiseram, quiséssemos; pôs, pus, pusesse, puseram, puséssemos.
80 - O homem "possue" muitos bens. O certo: O homem possui muitos bens. Verbos em uir só têm a terminação ui: Inclui, atribui, polui. Verbos em uar é que admitem ue: Continue, recue, atue, atenue.
81 - A tese "onde"... Onde só pode ser usado para lugar: A casa onde ele mora. / Veja o jardim onde as crianças brincam. Nos demais casos, use em que: A tese em que ele defende essa idéia. / O livro em que... / A faixa em que ele canta... / Na entrevista em que...
82 - Já "foi comunicado" da decisão. Uma decisão é comunicada, mas ninguém "é comunicado" de alguma coisa. Assim: Já foi informado (cientificado, avisado) da decisão. Outra forma errada: A diretoria "comunicou" os empregados da decisão. Opções corretas: A diretoria comunicou a decisão aos empregados. / A decisão foi comunicada aos empregados.
83 - Venha "por" a roupa. Pôr, verbo, tem acento diferencial: Venha pôr a roupa. O mesmo ocorre com pôde (passado): Não pôde vir. Veja outros: fôrma, pêlo e pêlos (cabelo, cabelos), pára (verbo parar), péla (bola ou verbo pelar), pélo (verbo pelar), pólo e pólos. Perderam o sinal, no entanto: Ele, toda, ovo, selo, almoço, etc.
84 - "Inflingiu" o regulamento. Infringir é que significa transgredir: Infringiu o regulamento. Infligir (e não "inflingir") significa impor: Infligiu séria punição ao réu.
85 - A modelo "pousou" o dia todo. Modelo posa (de pose). Quem pousa é ave, avião, viajante, etc. Não confunda também iminente (prestes a acontecer) com eminente (ilustre). Nem tráfico (contrabando) com tráfego (trânsito).
86 - Espero que "viagem" hoje. Viagem, com g, é o substantivo: Minha viagem. A forma verbal é viajem (de viajar): Espero que viajem hoje. Evite também "comprimentar" alguém: de cumprimento (saudação), só pode resultar cumprimentar. Comprimento é extensão. Igualmente: Comprido (extenso) e cumprido (concretizado).
87 - O pai "sequer" foi avisado. Sequer deve ser usado com negativa: O pai nem sequer foi avisado. / Não disse sequer o que pretendia. / Partiu sem sequer nos avisar.
88 - Comprou uma TV "a cores". Veja o correto: Comprou uma TV em cores (não se diz TV "a" preto e branco). Da mesma forma: Transmissão em cores, desenho em cores.
89 - "Causou-me" estranheza as palavras. Use o certo: Causaram-me estranheza as palavras. Cuidado, pois é comum o erro de concordância quando o verbo está antes do sujeito. Veja outro exemplo: Foram iniciadas esta noite as obras (e não "foi iniciado" esta noite as obras).
90 - A realidade das pessoas "podem" mudar. Cuidado: palavra próxima ao verbo não deve influir na concordância. Por isso : A realidade das pessoas pode mudar. / A troca de agressões entre os funcionários foi punida (e não "foram punidas").
91 - O fato passou "desapercebido". Na verdade, o fato passou despercebido, não foi notado. Desapercebido significa desprevenido.
92 - "Haja visto" seu empenho... A expressão é haja vista e não varia: Haja vista seu empenho. / Haja vista seus esforços. / Haja vista suas críticas.
93 - A moça "que ele gosta". Como se gosta de, o certo é: A moça de que ele gosta. Igualmente: O dinheiro de que dispõe, o filme a que assistiu (e não que assistiu), a prova de que participou, o amigo a que se referiu, etc.
94 - É hora "dele" chegar. Não se deve fazer a contração da preposição com artigo ou pronome, nos casos seguidos de infinitivo: É hora de ele chegar. / Apesar de o amigo tê-lo convidado... / Depois de esses fatos terem ocorrido...
95 - Vou "consigo". Consigo só tem valor reflexivo (pensou consigo mesmo) e não pode substituir com você, com o senhor. Portanto: Vou com você, vou com o senhor. Igualmente: Isto é para o senhor (e não "para si").
96 - Já "é" 8 horas. Horas e as demais palavras que definem tempo variam: Já são 8 horas. / Já é (e não "são") 1 hora, já é meio-dia, já é meia-noite.
97 - A festa começa às 8 "hrs.". As abreviaturas do sistema métrico decimal não têm plural nem ponto. Assim: 8 h, 2 km (e não "kms."), 5 m, 10 kg.
98 - "Dado" os índices das pesquisas... A concordância é normal: Dados os índices das pesquisas... / Dado o resultado... / Dadas as suas idéias...
99 - Ficou "sobre" a mira do assaltante. Sob é que significa debaixo de: Ficou sob a mira do assaltante. / Escondeu-se sob a cama. Sobre equivale a em cima de ou a respeito de: Estava sobre o telhado. / Falou sobre a inflação. E lembre-se: O animal ou o piano têm cauda e o doce, calda. Da mesma forma, alguém traz alguma coisa e alguém vai para trás.
100 - "Ao meu ver". Não existe artigo nessas expressões: A meu ver, a seu ver, a nosso ver.
http://www.estudanet.hpg.ig.com.br/cem-erros.htm > 27/01/2008
Erros mais comuns da língua portuguesa
Casos inadmissíveis
Dúvidas
• Erros + comuns
Há a ou á
Novo Acordo Ortográfico
Palavras que confundem
Plurais difíceis
Ponto e vírgula
Reticência
Senão e se não
Tautologia
Travessão
Uso da Vírgula
Verbo com dois particípios
Verbos Defectivos
Afrontar a língua portuguesa depõe contra a imagem de qualquer executivo competente, quer do ponto de vista técnico, quer no exercício de suas atividades. Erros de português depõem, e muito, contra os profissionais mais jovens e menos qualificados, podendo até prejudicá-los na sua carreira em ascensão. Erros de português podem impedir a promoção de funcionários, pois cometer vulgaridade de linguagem não é uma postura profissional.
MANTEIGUEIRA
A minha mantegueira era de estimação.
A minha manteigueira era de estimação.
Manteigueira (man-tei-gueira-ra), vem de "manteiga".
O correto, portanto, é:
A minha manteigueira era de estimação.
RECORDE
Ele bateu o record.
Ele bateu o record.
Recorde: indica uma marca máxima atingida.
Diga recórde, forma correta. A forma aportuguesada recorde (paroxítona) já é de uso consagrado e reconhecida pelo Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa. Evite a pronúncia proparoxítona (récorde) e a grafia inglesa record. A pronúncia proparoxítona é registrada somente por Houaiss.
O correto, portanto, é:
Ele bateu o recorde.
CABELEIREIRO / PRAZEROSO
É prazeiroso ir ao cabelereiro.
É prazeroso ir ao cabeleireiro.
Prazeroso: não existe a letra "i" nessa palavra. Sua formação é a seguinte: prazer+oso. Daí, prazeroso, prazerosamente (e não "prazeiroso" ou "prazeirosamente").
Cabeleireiro: o correto é cabeleireiro (ca-be-lei-rei-ro). Provém de "cabeleira+eiro" (que indica profissão).
O correto, portanto, é:
É prazeroso ir ao cabeleireiro.
TAMPOUCO / TÃO POUCO
Não houve frutas, tão pouco doces.
Não houve frutas, tampouco doces.
Tão pouco: muito pouco. Assim: A família tinha tão pouco para doar (= algo em pouca quantidade) / Ele comeu tão pouco (= muito pouco).
Tampouco: Também não; nem. Assim: Não comeu frutas, tampouco doces.
O correto, portanto, é:
Não houve frutas, tampouco doces.
MUÇARELA / MOZARELA
Quero uma pizza de mussarela.
Quero uma pizza de muçarela.
Não existe a grafia "mussarela" (com "ss"). Está consignada no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, da Academia Brasileira de Letras, a forma muçarela (com "ç"). Pode-se usar também a forma mozarela. A grafia mussarela é de uso comum nos folhetos de propaganda das pizzarias, o que não justifiça a continuação de seu uso. A palavra muçarela vem do italiano mozzarella, um queijo de origem napolitana feito de leite de búfala (ou de vaca). Mozzarella é diminutivo de Mozza (leite talhado com fungo, mozzé).
O correto, portanto é:
Quero uma pizza de muçarela.
COMPANHIA
Magda, quero ir em sua compania.
Magda, quero ir em sua companhia.
Não existe a palavra "compania". É inaceitável a pronúncia "compania".
O correto, portanto é:
Magda, quero ir em sua companhia.
ETC.
Tenho um apartamento com sala, quarto e etc.
Tenho um apartamento com sala, quarto, etc.
Etc. é abreviatura de et caetera ou et coetera, expressão latina que significa "e as outras coisas". Normalmente é usada quando se quer evitar uma longa enumeração - Tenho um apartamento com sala, quarto, etc. / Fui à feira e comprei mexericas, bananas, verduras, pastéis, etc. Atualmente, aplica-se também para pessoas, embora, pelo sentido, se use com referência a coisas somente. Usa-se vírgula antes de "etc". O que não se deve usar é a conjunção "e".
O correto, portanto é:
Tenho um apartamento com sala, quarto, etc.
AVÔS / AVÓS
O pai do meu pai e o pai da minha mãe são meus avós.
O pai do meu pai e o pai de minha mãe são meus avôs.
Avôs e avós: o substantivo avô tem duas pronúncias no plural: "avôs" ("ô" fechado) e "avós" ("ó" aberto). Assim: avôs, quando se refere ao avô paterno e ao avô materno: avós, quando se refere ao "avô" e à "avó" (ou aos antepassados).
O correto, portanto, é:
O pai do meu pai e o pai de minha mãe são meus avôs.
TACHAR / TAXAR / LADRA
Marta foi taxada de ladrona.
Marta foi tachada de ladra.
Tachar: é acusar, censurar. Outros exemplos: Ele também foi tachado de ladrão / O promotor foi tachado de leviano.
Taxar é regular o preço; regular, moderar, lançar uma taxa (tributo) sobre.
Pode também significar "qualificar": Muitos taxam a medicina de infalível.
Ladrão: seu feminino é ladra.
O correto, portanto, é:
Marta foi tachada de ladra.
BEM-VINDO / BENVINDO
Seja benvida, Maria Cristina.
Seja bem-vinda, Maria Cristina.
Bem-vindo(a): é um adjetivo composto.
Bemvindo(a) (sem hífen) é nome de homem ou de mulher. O plural de "bem-vindo" é "bem-vindos"; o feminino é "bem-vindas". Assim: Bem-vindo, prezado mestre. / Bem-vinda, prazada professora.
O correto, portanto, é:
Seja bem-vinda, Maria Cristina.
DISPENSA / DESPENSA
A dispensa da casa estava sempre cheia de bons alimentos.
A despensa da casa estava sempre cheia de bons alimentos.
Dispensa: isenção, desobrigação: Recebeu a dispensa do serviço militar.
Despensa: local onde se guardam alimentos.
O correto, portanto, é:
A despensa da casa estava sempre cheia de bons alimentos.
DEPREDAR
Os adversários de Danielle depedraram o caminhão.
Os adversários de Danielle depredaram o caminhão.
A forma correta é depredar: "roubar", "saquear", "destruir".
O correto, portanto, é:
Os adversários de Danielle depredaram o caminhão.
POSSUIR
Ele possue mais de dez apartamentos.
Ele possui mais de dez apartamentos.
Possuir: nas formas dos verbos terminados em "uir", mais precisamente na 2a e 3a pessoas do singular do presente do indicativo, grafa-se "-ui" e não "ue", isto é, emprega-se a letra "i" e não a letra "e". Assim: possuis, possui.
Observe também o verbo "concluir": "concluis", "conclui". O verbo "poluir" também: poluis, polui.
O correto, portanto, é:
Ele possui mais de dez apartamentos.
HAJA / AJA
Que você haja com prudência.
Que você aja com prudência.
Aja é do verbo "agir". Haja, do verbo "haver".
Aja: presente do subjuntivo do verbo "agir" (que eu aja, que tu ajas, que ele aja, etc.).
Haja: presente do subjuntivo do verbo "haver" (que eu haja, que tu hajas, que ele haja, etc.).
O correto, portanto, é:
Que você aja com prudência.
MAS / PORÉM
Ela se candidatou, mas porém, não obteve êxito.
Ela se candidatou, mas não obteve êxito.
As conjunções mas e porém juntas constituem uma forma inaceitável de redundância. Usa-se uma ou outra: Ela se candidatou, mas não obteve êxito; ou Ela se candidatou, porém não obteve êxito.
O correto, portanto, é:
Ela se candidatou, mas não obteve êxito.
COPO DE ÁGUA
Bia pediu um copo com água, uma xícara de café e um litro de leite.
Bia pediu um copo de água, uma xícara de café e um litro de leite.
Não quer dizer que o copo seja feito de água, que a xícara seja feita de café e que o litro seja feito de leite, embora a preposição "de" designe o material de que é feita alguma coisa: cabo de aço, estátua de gesso, etc.
Poucas pessoas teimam em dizer "copo com água", "xícara com café", "litro com leite" - tais expressões têm o sentido de "copo (xícara ou litro) com alguma água ou com algum café, leite". Quando se diz "copo de água", etc., a palavra "copo" (xícara ou litro) define a medida; não quer dizer que o copo (xícara ou litro) seja feito de água, etc.
O correto, portanto, é:
Bia pediu um copo de água, uma xícara de café e um litro de leite.
IR A / IR PARA
Foram para Rio das Ostras passar uns dias.
Foram a Rio das Ostras passar uns dias.
A preposição "a" indica deslocamento rápido.
A preposição "para" indica deslocamento demorado ou definitivo.
O correto, portanto, é:
Foram a Rio das Ostras passar uns dias.
AO INVÉS DE / EM VEZ DE
Ao invés de falar, procurou ser atencioso.
Em vez de falar, procurou ser atencioso.
Há diferença entre:
Ao invés de: é a mesma coisa que "ao contrário": Ao invés de comprar, vendeu.
Em vez de: é a mesma coisa que "em lugar de": Em vez de falar, procurou ser atencioso.
O correto, portanto, é:
Em vez de falar, procurou ser atencioso.
CONVIR
Olívia, faça quando isto lhe convir.
Olívia, faça quando isto lhe convier.
Convir: segue, na conjugação, o verbo "vir". Significa "concordar", ser conveniente, ser útil. O futuro do subjuntivo de vir é: vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vierem.
Assim: convier, convieres, convier, conviermos, convierdes, convierem.
O correto, portanto, é:
Olivia, faça quando isto lhe convier..
POLIR
Mary Lucy pole mensalmente os seus talhares .
Mary Lucy pule mensalmente os seus talheres.
Polir: presente do indicativo: pulo, pules, pule, polimos, polis, pulem.
O correto, portanto, é:
Mary Lucy pule mensalmente os seus talhares.
REAVER
Eles reaveram o objeto perdido.
Eles reouveram o objeto perdido.
Reaver: verbo defectivo. Segue o verbo "haver" somente nas formas em que conserva o "v".
O correto, portanto, é:
Eles reouveram o objeto perdido.
IR
Se ele ir, eu irei também.
Se ele for, eu irei também.
O futuro do subjuntivo do verbo "ir" é: for, fores, for, formos, fordes, forem.
O correto, portanto, é:
Se ele for, eu irei também.
ACAUTELAR-SE / PRECAVER-SE
Que você se precavenha, meu filho.
Que você se acautele, meu filho.
Precaver-se: este verbo não possui o presente do subjuntivo. Deve ser substituído por "acautelar-se", "prevenir".
O correto, portanto, é:
Que você se acautele, meu filho.
COLORIR
Eu coloro a vida com versos de amor.
Eu dou cor à vida com versos de amor.
Colorir: verbo defectivo. Só se conjuga nas pessoas em que ao "r" se segue "e" ou "i". Assim:... tu colores, ele colore, nós colorimos, vós coloris, eles colorem. Não se conjuga, pois, na primeira pessoa do singular do presente do indicativo. Quando precisar, procure usar um equivalente, como "Dar cor a"; "matizar de cor"; "pintar com cores vivas", etc.
O correto, portanto, é:
Eu dou cor à vida com versos de amor.
CONSIGO / COM VOCÊ
Quero falar consigo.
Quero falar com você.
O pronome consigo é reflexivo. Assim: Ele fala consigo mesmo. / O professor leva consigo a pasta. Deve-se dizer: Quero falar com você. / Quero falar com o senhor. / Quero falar com ela. / Quero ir com ela ao teatro. Se o tratamento for da segunda pessoa deve-se dizer: Quero falar contigo. / Quero ir contigo ao cinema.
O correto, portanto, é:
Quero falar com você.
MIM / SI
Eu fiquei fora de si.
Eu fiquei fora de mim.
O pronome mim concorda com a 1a pessoa (eu) e o pronome si, com a 3a pessoa (ele, ela).
Assim: Meus filhos esperam muito de mim. ? O vizinho ficou fora de si.
O correto, portanto, é:
Eu fiquei fora de mim.
PARA EU / PARA MIM
O jornal é para mim ler.
O jornal é para eu ler.
Nunca se deve dizer: mim quer casar ou mim vai car. O eu é que pode ser sujeito.
Assim: Sou eu que faço. Portanto, para eu ler. Use o "mim", quando o "eu" não for o sujeito.
Assim: O jornal é para mim. / Para mim, ela é linda.
O correto, portanto, é:
O jornal é para eu ler.
SOBRANCELHAS/SOMBRANCELHAS
Minhas sombrancelhas.
Minhas sobrancelhas.
Sobrancelhas: Cada uma das duas faixas de pêlos que se dispõem por sobre as órbitas oculares; SOBROLHO; SUPERCÍLIO.
Não existe a palavra sombrancelhas.
O correto, portanto, é:
Minhas sobrancelhas.
http://www.cassao.eti.br/portal/?q=node/118
Erros Gramaticais comuns na Língua Portuguesa - Parte I
Conceito de correçãoNuma língua, existem vários modos de falar, determinados pela localização geográfica do falante, faixa etária, situação, nível de escolaridade, nível social dentre outros fatores. Dentre estes, existe um que se institui como língua-padrão, que corresponde ao modo de falar das pessoas de mais prestígio dentro do grupo social, quando usam a língua em situações formais.A Gramática é fruto desta tentativa de sistematizar a língua padrão, estabelecendo normas daquilo que seria falar corretamente uma língua. Essas normas, instituídas pelo uso das pessoas de prestígio e explicitadas pela Gramática, estão sempre sujeitas a desvios por conta da heterogeneidade da fala, já que uma pessoa nunca fala do mesmo modo em todas as situações.Conceituando correto e errado, neste contexto, temos:* Correto: é todo uso lingüístico que segue as normas da língua-padrão;* Errado: é todo uso lingüístico que não segue as normas impostas pela gramática.Ainda que esses erros se situem nas mais diversas camadas da língua, em virtude de a Gramática Normativa não se basear nas situações de fala, é possível determinar alguns tipos que costumam ocorrer com mais freqüência, tomando sempre por base a língua escrita.1. Erros de grafia: ocorrem nas mais diversas construções. Exemplo:Comprei três quilos de mortandela. (mortadela)Os partidos vivem a degladiar entre si. (digladiar)O garoto foi pego roubando salchichas. Porisso, não deixe que tome conta do açougue. (salsichas / Por isso)2. Erros de impropriedade vocabular: ocorrem quando se usa uma palavra em lugar de outra por falsa associação de sentido entre elas. Exemplo:As lâmpadas florescentes são mais econômicas. (fluorescentes)O criminoso foi pego em fragrante. (flagrante)O negro tem sido muito descriminado neste país. (discriminado)3. Erros de acentuação gráfica - ocorrem por dois motivos:* Por desconhecimento das normas ortográficas vigentes. Exemplo:Comprei na loja de conveniência vários ítens. (itens – sem acento)* Por desconhecimento da posição correta da sílaba tônica. Exemplo:As rúbricas dos documentos eram falsas. (rubrica – paroxítona)4. Erros no emprego da crase – ocorrem por dois motivos:* Omitindo-se o acento em situações em que ocorre a crase. Exemplo:O Projeto Mesa Brasil está promovendo uma campanha de ajuda as crianças vítimas da seca. (ajuda a quem? Às vítimas da seca)* Colocando o acento onde não ocorreu a crase. Exemplo:Enviamos à V. Sª. o resultado das avaliações. (Vossa não admite artigo antes, portanto, o correto seria “a V. Sª.)5. Erros de emprego dos pronomes: uso de um pronome com função de sujeito no lugar de um pronome com função de objeto e vice-versa.Comprei este lindo relógio para mim usar no casamento. (para eu usar)Comprei este lindo relógio para eu. (para mim)6. Erros de emprego de verbos - ocorrem em três casos:* Na conjugação verbal. Exemplo:A polícia militar não interviu a tempo de evitar o assassinato. (verbo intervir – composto: inter / vir – passado de vir, ele veio. Então o passado de intervir é interveio)* No tempo verbal. Exemplo:Encontrei Alice no mesmo lugar que, anos antes, recebeu-me. (recebera)* No modo verbal. Exemplo:Não estou certa de que essa decisão satisfaz a todos. (satisfaça)7. Erros de morfologia em substantivos e adjetivos – ocorrem em dois casos:* No plural dos nomes compostos. Exemplo:Os dois páras-choques dos carros foram atingindo na colisão. (pára – verbo parar – não vai para o plural. O correto seria “pára-choques”)* No uso do gênero dos substantivos. Exemplo:Mandei Larissa comprar uma guaraná na bodega. (um guaraná – palavra masculina)8. Erros de regência verbal. Exemplos:As madeireiras estão visando o mercado externo. (visar, no sentido de ter em vista, pede preposição “a”. O correto seria “visando ao mercado”)As crianças assistiam o desenho na televisão. (Assistir, no sentido de ver, presenciar, pede preposição “a”. O correto seria “assistiam ao desenho”)9. Erros de concordância verbal e nominal. Exemplos:Vamos esperar que V. Sª. manifeste vossa escolha. (o pronome de tratamento sempre concorda com a 3ª pessoa dos pronomes. O correto seria sua escolha)Poderá ainda acontecer mais incentivos como esses. (Mais incentivos poderão acontecer)10. Erros de colocação pronominal. Exemplo:Enviaremos até a próxima semana os pedidos que encomendaram-nos. (nos encomendaram)
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Bibliografia
SAVIOLI, Francisco Platão. Gramática em 44 lições. 15 ed. São Paulo, Ática, 1989, p.422-4.
http://www.infoescola.com/portugues/erros-gramaticais-comuns-na-lingua-portuguesa-parte-i/
Erros Gramaticais comuns na Língua Portuguesa - Parte II
1. Emprego de MAU / MAL.· Mau: é o contrário de bom (adjetivo) e acompanha ou se refere a um substantivo.Ex. O lobo-mau comeu a vovozinha.· Mal: é o contrário de bem (advérbio) e refere-se a um verbo.Ex. Passei mal no colégio.2. Emprego de ONDE / AONDE.· Onde: aparece em verbos estáticos ou dinâmicos que pedem preposição em.Ex. Onde ficou o menino? (Quem fica, fica “em” algum lugar)Onde andavam as crianças? (Quem anda, anda “em” algum lugar)· Aonde: emprega-se exclusivamente em verbos de movimento que pedem preposição “a”. Note-se que a própria palavra já começa com “a”.Ex. Aonde foram os meninos? (Quem vai, vai “a” algum lugar)Aonde chegaram os meninos? (Quem chega, chega “a” algum lugar)Obs. Por onde passearam? / De onde vieram? / Para onde foram?Neste caso, nunca use “aonde”, pois antes de “onde” já tem uma preposição.3. Emprego de A PAR / AO PAR.· A par: é usada no sentido dea) “estar ciente”, “sabedor de”: Não estamos a par do problema.b) “ao lado de”, “paralelamente”: A casa está completamente deteriorada. A par disso tudo, ainda têm muitos impostos a pagar.· Ao par: tem sentido de “ao câmbio, ao preço, ao valor, à troca”. Termo habitualmente empregado na linguagem comercial.Ex. O dólar não está nem de longe ao par do real.4. Emprego de AFIM DE/ AFIM/ A FIM DE/ A FIM DE QUE.· Afim de - usado no sentido de:a) “parente” – função de adjetivo: José é afim de Paulo.b) “próximo” – função de adjetivo: O Ceará é um Estado afim da Paraíba.· Afim – usado no sentido de:a) “parentes, familiares” – função de substantivo: Meus afins moram em São Paulo.b) “correlatas, semelhantes” – função de adjetivo: Geografia e História são áreas afins.· A fim de – usado no sentido de:a) “finalidade” – locução prepositiva e pode ser substituída por “para”: Mário estuda a fim de passar no teste.Obs. Na linguagem coloquial, esta expressão vem sendo usada em situações como “Marcos está a fim de Ana”, assumindo o sentido de “estar predisposto a namorar”.· A fim de que: usado no sentido de finalidade e pode ser substituído por “para que”, inserindo uma oração adverbial final.Ex. Os meninos treinam a fim de que vençam o campeonato.5. Emprego de HÁ/ A/ À.· Há é usado com sentido de:a) verbo fazer: Há dias não o vejo.b) Indica tempo decorrido: Há dez minutos espero pelo ônibus.c) Sentido de existir: Há crianças no pátio.· A: é preposição ou artigo. Se vier antes de um substantivo, é artigo. Depois de um verbo, é preposição.Ex. Moro a dois quilômetros de Fortaleza (preposição).A cidade de Juazeiro do Norte está cheia de romeiros (artigo).· À: é a junção da preposição “a” + artigo “a”.Ex. Fui à cidade. (Fui “a algum lugar” – a cidade: palavra feminina)6. Emprego de À-TOA/ À TOA· À-toa: é uma locução adjetiva, refere-se a um substantivo e significa ”sem qualificação”, “inútil”.Ex. Ele é um menino à-toa.· À toa: é uma locução adverbial de modo, refere-se a um verbo e significa “sem rumo, ao acaso”.Ex. Ele anda à toa na vida.7. Emprego de SENÃO/ SE NÃO.· Senão é usado equivalendo a:d) do contrário: Saia daí, senão vai se molhar.e) a não ser: Não faz outra coisa senão reclamar.f) mas sim: Não tive a intenção de exigir, senão pedir.· Se não: equivale a “caso não”.Ex. Esperarei mais um pouco. Se não vier, vou embora.
expandedPictureUrl = "http://www.infoescola.com/modules/galleries/expandedPicture.php?pic={picture}";
http://www.infoescola.com/portugues/erros-gramaticais-comuns-na-lingua-portuguesa-parte-ii/
segue algumas informaçoes sobre erros comuns em nossa redação. Coletados em varios sites, este texto pode nos ajudar a evitar erros corriqueiros na lingua escrita. Obviamente, respeitando a linguagem oral de cada individuo ou região.
Ao final de cada texto indico o site que o texto foi retirado.
Os cem erros mais comuns:
Fonte: Estadão.com.br
Erros gramaticais e ortográficos devem, por princípio, ser evitados. Alguns, no entanto, como ocorrem com maior freqüência, merecem atenção redobrada. O primeiro capítulo deste manual inclui explicações mais completas a respeito de cada um deles. Veja os cem mais comuns do idioma e use esta relação como um roteiro para fugir deles.
1 - "Mal cheiro", "mau-humorado". Mal opõe-se a bem e mau, a bom. Assim: mau cheiro (bom cheiro), mal-humorado (bem-humorado). Igualmente: mau humor, mal-intencionado, mau jeito, mal-estar.
2 - "Fazem" cinco anos. Fazer, quando exprime tempo, é impessoal: Faz cinco anos. / Fazia dois séculos. / Fez 15 dias.
3 - "Houveram" muitos acidentes. Haver, como existir, também é invariável: Houve muitos acidentes. / Havia muitas pessoas. / Deve haver muitos casos iguais.
4 - "Existe" muitas esperanças. Existir, bastar, faltar, restar e sobrar admitem normalmente o plural: Existem muitas esperanças. / Bastariam dois dias. / Faltavam poucas peças. / Restaram alguns objetos. / Sobravam idéias.
5 - Para "mim" fazer. Mim não faz, porque não pode ser sujeito. Assim: Para eu fazer, para eu dizer, para eu trazer.
6 - Entre "eu" e você. Depois de preposição, usa-se mim ou ti: Entre mim e você. / Entre eles e ti.
7 - "Há" dez anos "atrás". Há e atrás indicam passado na frase. Use apenas há dez anos ou dez anos atrás.
8 - "Entrar dentro". O certo: entrar em. Veja outras redundâncias: Sair fora ou para fora, elo de ligação, monopólio exclusivo, já não há mais, ganhar grátis, viúva do falecido.
9 - "Venda à prazo". Não existe crase antes de palavra masculina, a menos que esteja subentendida a palavra moda: Salto à (moda de) Luís XV. Nos demais casos: A salvo, a bordo, a pé, a esmo, a cavalo, a caráter.
10 - "Porque" você foi? Sempre que estiver clara ou implícita a palavra razão, use por que separado: Por que (razão) você foi? / Não sei por que (razão) ele faltou. / Explique por que razão você se atrasou. Porque é usado nas respostas: Ele se atrasou porque o trânsito estava congestionado.
11 - Vai assistir "o" jogo hoje. Assistir como presenciar exige a: Vai assistir ao jogo, à missa, à sessão. Outros verbos com a: A medida não agradou (desagradou) à população. / Eles obedeceram (desobedeceram) aos avisos. / Aspirava ao cargo de diretor. / Pagou ao amigo. / Respondeu à carta. / Sucedeu ao pai. / Visava aos estudantes.
12 - Preferia ir "do que" ficar. Prefere-se sempre uma coisa a outra: Preferia ir a ficar. É preferível segue a mesma norma: É preferível lutar a morrer sem glória.
13 - O resultado do jogo, não o abateu. Não se separa com vírgula o sujeito do predicado. Assim: O resultado do jogo não o abateu. Outro erro: O prefeito prometeu, novas denúncias. Não existe o sinal entre o predicado e o complemento: O prefeito prometeu novas denúncias.
14 - Não há regra sem "excessão". O certo é exceção. Veja outras grafias erradas e, entre parênteses, a forma correta: "paralizar" (paralisar), "beneficiente" (beneficente), "xuxu" (chuchu), "previlégio" (privilégio), "vultuoso" (vultoso), "cincoenta" (cinqüenta), "zuar" (zoar), "frustado" (frustrado), "calcáreo" (calcário), "advinhar" (adivinhar), "benvindo" (bem-vindo), "ascenção" (ascensão), "pixar" (pichar), "impecilho" (empecilho), "envólucro" (invólucro).
15 - Quebrou "o" óculos. Concordância no plural: os óculos, meus óculos. Da mesma forma: Meus parabéns, meus pêsames, seus ciúmes, nossas férias, felizes núpcias.
16 - Comprei "ele" para você. Eu, tu, ele, nós, vós e eles não podem ser objeto direto. Assim: Comprei-o para você. Também: Deixe-os sair, mandou-nos entrar, viu-a, mandou-me.
17 - Nunca "lhe" vi. Lhe substitui a ele, a eles, a você e a vocês e por isso não pode ser usado com objeto direto: Nunca o vi. / Não o convidei. / A mulher o deixou. / Ela o ama.
18 - "Aluga-se" casas. O verbo concorda com o sujeito: Alugam-se casas. / Fazem-se consertos. / É assim que se evitam acidentes. / Compram-se terrenos. / Procuram-se empregados.
19 - "Tratam-se" de. O verbo seguido de preposição não varia nesses casos: Trata-se dos melhores profissionais. / Precisa-se de empregados. / Apela-se para todos. / Conta-se com os amigos.
20 - Chegou "em" São Paulo. Verbos de movimento exigem a, e não em: Chegou a São Paulo. / Vai amanhã ao cinema. / Levou os filhos ao circo.
21 - Atraso implicará "em" punição. Implicar é direto no sentido de acarretar, pressupor: Atraso implicará punição. / Promoção implica responsabilidade.
22 - Vive "às custas" do pai. O certo: Vive à custa do pai. Use também em via de, e não "em vias de": Espécie em via de extinção. / Trabalho em via de conclusão.
23 - Todos somos "cidadões". O plural de cidadão é cidadãos. Veja outros: caracteres (de caráter), juniores, seniores, escrivães, tabeliães, gângsteres.
24 - O ingresso é "gratuíto". A pronúncia correta é gratúito, assim como circúito, intúito e fortúito (o acento não existe e só indica a letra tônica). Da mesma forma: flúido, condôr, recórde, aváro, ibéro, pólipo.
25 - A última "seção" de cinema. Seção significa divisão, repartição, e sessão equivale a tempo de uma reunião, função: Seção Eleitoral, Seção de Esportes, seção de brinquedos; sessão de cinema, sessão de pancadas, sessão do Congresso.
26 - Vendeu "uma" grama de ouro. Grama, peso, é palavra masculina: um grama de ouro, vitamina C de dois gramas. Femininas, por exemplo, são a agravante, a atenuante, a alface, a cal, etc.
27 - "Porisso". Duas palavras, por isso, como de repente e a partir de.
28 - Não viu "qualquer" risco. É nenhum, e não "qualquer", que se emprega depois de negativas: Não viu nenhum risco. / Ninguém lhe fez nenhum reparo. / Nunca promoveu nenhuma confusão.
29 - A feira "inicia" amanhã. Alguma coisa se inicia, se inaugura: A feira inicia-se (inaugura-se) amanhã.
30 - Soube que os homens "feriram-se". O que atrai o pronome: Soube que os homens se feriram. / A festa que se realizou... O mesmo ocorre com as negativas, as conjunções subordinativas e os advérbios: Não lhe diga nada. / Nenhum dos presentes se pronunciou. / Quando se falava no assunto... / Como as pessoas lhe haviam dito... / Aqui se faz, aqui se paga. / Depois o procuro.
31 - O peixe tem muito "espinho". Peixe tem espinha. Veja outras confusões desse tipo: O "fuzil" (fusível) queimou. / Casa "germinada" (geminada), "ciclo" (círculo) vicioso, "cabeçário" (cabeçalho).
32 - Não sabiam "aonde" ele estava. O certo: Não sabiam onde ele estava. Aonde se usa com verbos de movimento, apenas: Não sei aonde ele quer chegar. / Aonde vamos?
33 - "Obrigado", disse a moça. Obrigado concorda com a pessoa: "Obrigada", disse a moça. / Obrigado pela atenção. / Muito obrigados por tudo.
34 - O governo "interviu". Intervir conjuga-se como vir. Assim: O governo interveio. Da mesma forma: intervinha, intervim, interviemos, intervieram. Outros verbos derivados: entretinha, mantivesse, reteve, pressupusesse, predisse, conviesse, perfizera, entrevimos, condisser, etc.
35 - Ela era "meia" louca. Meio, advérbio, não varia: meio louca, meio esperta, meio amiga.
36 - "Fica" você comigo. Fica é imperativo do pronome tu. Para a 3.ª pessoa, o certo é fique: Fique você comigo. / Venha pra Caixa você também. / Chegue aqui.
37 - A questão não tem nada "haver" com você. A questão, na verdade, não tem nada a ver ou nada que ver. Da mesma forma: Tem tudo a ver com você.
38 - A corrida custa 5 "real". A moeda tem plural, e regular: A corrida custa 5 reais.
39 - Vou "emprestar" dele. Emprestar é ceder, e não tomar por empréstimo: Vou pegar o livro emprestado. Ou: Vou emprestar o livro (ceder) ao meu irmão. Repare nesta concordância: Pediu emprestadas duas malas.
40 - Foi "taxado" de ladrão. Tachar é que significa acusar de: Foi tachado de ladrão. / Foi tachado de leviano.
41 - Ele foi um dos que "chegou" antes. Um dos que faz a concordância no plural: Ele foi um dos que chegaram antes (dos que chegaram antes, ele foi um). / Era um dos que sempre vibravam com a vitória.
42 - "Cerca de 18" pessoas o saudaram. Cerca de indica arredondamento e não pode aparecer com números exatos: Cerca de 20 pessoas o saudaram.
43 - Ministro nega que "é" negligente. Negar que introduz subjuntivo, assim como embora e talvez: Ministro nega que seja negligente. / O jogador negou que tivesse cometido a falta. / Ele talvez o convide para a festa. / Embora tente negar, vai deixar a empresa.
44 - Tinha "chego" atrasado. "Chego" não existe. O certo: Tinha chegado atrasado.
45 - Tons "pastéis" predominam. Nome de cor, quando expresso por substantivo, não varia: Tons pastel, blusas rosa, gravatas cinza, camisas creme. No caso de adjetivo, o plural é o normal: Ternos azuis, canetas pretas, fitas amarelas.
46 - Lute pelo "meio-ambiente". Meio ambiente não tem hífen, nem hora extra, ponto de vista, mala direta, pronta entrega, etc. O sinal aparece, porém, em mão-de-obra, matéria-prima, infra-estrutura, primeira-dama, vale-refeição, meio-de-campo, etc.
47 - Queria namorar "com" o colega. O com não existe: Queria namorar o colega.
48 - O processo deu entrada "junto ao" STF. Processo dá entrada no STF. Igualmente: O jogador foi contratado do (e não "junto ao") Guarani. / Cresceu muito o prestígio do jornal entre os (e não "junto aos") leitores. / Era grande a sua dívida com o (e não "junto ao") banco. / A reclamação foi apresentada ao (e não "junto ao") Procon.
49 - As pessoas "esperavam-o". Quando o verbo termina em m, ão ou õe, os pronomes o, a, os e as tomam a forma no, na, nos e nas: As pessoas esperavam-no. / Dão-nos, convidam-na, põe-nos, impõem-nos.
50 - Vocês "fariam-lhe" um favor? Não se usa pronome átono (me, te, se, lhe, nos, vos, lhes) depois de futuro do presente, futuro do pretérito (antigo condicional) ou particípio. Assim: Vocês lhe fariam (ou far-lhe-iam) um favor? / Ele se imporá pelos conhecimentos (e nunca "imporá-se"). / Os amigos nos darão (e não "darão-nos") um presente. / Tendo-me formado (e nunca tendo "formado-me").
51 - Chegou "a" duas horas e partirá daqui "há" cinco minutos. Há indica passado e equivale a faz, enquanto a exprime distância ou tempo futuro (não pode ser substituído por faz): Chegou há (faz) duas horas e partirá daqui a (tempo futuro) cinco minutos. / O atirador estava a (distância) pouco menos de 12 metros. / Ele partiu há (faz) pouco menos de dez dias.
52 - Blusa "em" seda. Usa-se de, e não em, para definir o material de que alguma coisa é feita: Blusa de seda, casa de alvenaria, medalha de prata, estátua de madeira.
53 - A artista "deu à luz a" gêmeos. A expressão é dar à luz, apenas: A artista deu à luz quíntuplos. Também é errado dizer: Deu "a luz a" gêmeos.
54 - Estávamos "em" quatro à mesa. O em não existe: Estávamos quatro à mesa. / Éramos seis. / Ficamos cinco na sala.
55 - Sentou "na" mesa para comer. Sentar-se (ou sentar) em é sentar-se em cima de. Veja o certo: Sentou-se à mesa para comer. / Sentou ao piano, à máquina, ao computador.
56 - Ficou contente "por causa que" ninguém se feriu. Embora popular, a locução não existe. Use porque: Ficou contente porque ninguém se feriu.
57 - O time empatou "em" 2 a 2. A preposição é por: O time empatou por 2 a 2. Repare que ele ganha por e perde por. Da mesma forma: empate por.
58 - À medida "em" que a epidemia se espalhava... O certo é: À medida que a epidemia se espalhava... Existe ainda na medida em que (tendo em vista que): É preciso cumprir as leis, na medida em que elas existem.
59 - Não queria que "receiassem" a sua companhia. O i não existe: Não queria que receassem a sua companhia. Da mesma forma: passeemos, enfearam, ceaste, receeis (só existe i quando o acento cai no e que precede a terminação ear: receiem, passeias, enfeiam).
60 - Eles "tem" razão. No plural, têm é assim, com acento. Tem é a forma do singular. O mesmo ocorre com vem e vêm e põe e põem: Ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm; ele põe, eles põem.
61 - A moça estava ali "há" muito tempo. Haver concorda com estava. Portanto: A moça estava ali havia (fazia) muito tempo. / Ele doara sangue ao filho havia (fazia) poucos meses. / Estava sem dormir havia (fazia) três meses. (O havia se impõe quando o verbo está no imperfeito e no mais-que-perfeito do indicativo.)
62 - Não "se o" diz. É errado juntar o se com os pronomes o, a, os e as. Assim, nunca use: Fazendo-se-os, não se o diz (não se diz isso), vê-se-a, etc.
63 - Acordos "políticos-partidários". Nos adjetivos compostos, só o último elemento varia: acordos político-partidários. Outros exemplos: Bandeiras verde-amarelas, medidas econômico-financeiras, partidos social-democratas.
64 - Fique "tranquilo". O u pronunciável depois de q e g e antes de e e i exige trema: Tranqüilo, conseqüência, lingüiça, agüentar, Birigüi.
65 - Andou por "todo" país. Todo o (ou a) é que significa inteiro: Andou por todo o país (pelo país inteiro). / Toda a tripulação (a tripulação inteira) foi demitida. Sem o, todo quer dizer cada, qualquer: Todo homem (cada homem) é mortal. / Toda nação (qualquer nação) tem inimigos.
66 - "Todos" amigos o elogiavam. No plural, todos exige os: Todos os amigos o elogiavam. / Era difícil apontar todas as contradições do texto.
67 - Favoreceu "ao" time da casa. Favorecer, nesse sentido, rejeita a: Favoreceu o time da casa. / A decisão favoreceu os jogadores.
68 - Ela "mesmo" arrumou a sala. Mesmo, quanto equivale a próprio, é variável: Ela mesma (própria) arrumou a sala. / As vítimas mesmas recorreram à polícia.
69 - Chamei-o e "o mesmo" não atendeu. Não se pode empregar o mesmo no lugar de pronome ou substantivo: Chamei-o e ele não atendeu. / Os funcionários públicos reuniram-se hoje: amanhã o país conhecerá a decisão dos servidores (e não "dos mesmos").
70 - Vou sair "essa" noite. É este que desiga o tempo no qual se está ou objeto próximo: Esta noite, esta semana (a semana em que se está), este dia, este jornal (o jornal que estou lendo), este século (o século 20).
71 - A temperatura chegou a 0 "graus". Zero indica singular sempre: Zero grau, zero-quilômetro, zero hora.
Parte inferior do formulário
· Assine
72 - A promoção Parte superior do formulário
veio "de encontro aos" seus desejos. Ao encontro de é que expressa uma situação favorável: A promoção veio ao encontro dos seus desejos. De encontro a significa condição contrária: A queda do nível dos salários foi de encontro às (foi contra) expectativas da categoria.
73 - Comeu frango "ao invés de" peixe. Em vez de indica substituição: Comeu frango em vez de peixe. Ao invés de significa apenas ao contrário: Ao invés de entrar, saiu.
74 - Se eu "ver" você por aí... O certo é: Se eu vir, revir, previr. Da mesma forma: Se eu vier (de vir), convier; se eu tiver (de ter), mantiver; se ele puser (de pôr), impuser; se ele fizer (de fazer), desfizer; se nós dissermos (de dizer), predissermos.
75 - Ele "intermedia" a negociação. Mediar e intermediar conjugam-se como odiar: Ele intermedeia (ou medeia) a negociação. Remediar, ansiar e incendiar também seguem essa norma: Remedeiam, que eles anseiem, incendeio.
76 - Ninguém se "adequa". Não existem as formas "adequa", "adeqüe", etc., mas apenas aquelas em que o acento cai no a ou o: adequaram, adequou, adequasse, etc.
77 - Evite que a bomba "expluda". Explodir só tem as pessoas em que depois do d vêm e e i: Explode, explodiram, etc. Portanto, não escreva nem fale "exploda" ou "expluda", substituindo essas formas por rebente, por exemplo. Precaver-se também não se conjuga em todas as pessoas. Assim, não existem as formas "precavejo", "precavês", "precavém", "precavenho", "precavenha", "precaveja", etc.
78 - Governo "reavê" confiança. Equivalente: Governo recupera confiança. Reaver segue haver, mas apenas nos casos em que este tem a letra v: Reavemos, reouve, reaverá, reouvesse. Por isso, não existem "reavejo", "reavê", etc.
79 - Disse o que "quiz". Não existe z, mas apenas s, nas pessoas de querer e pôr: Quis, quisesse, quiseram, quiséssemos; pôs, pus, pusesse, puseram, puséssemos.
80 - O homem "possue" muitos bens. O certo: O homem possui muitos bens. Verbos em uir só têm a terminação ui: Inclui, atribui, polui. Verbos em uar é que admitem ue: Continue, recue, atue, atenue.
81 - A tese "onde"... Onde só pode ser usado para lugar: A casa onde ele mora. / Veja o jardim onde as crianças brincam. Nos demais casos, use em que: A tese em que ele defende essa idéia. / O livro em que... / A faixa em que ele canta... / Na entrevista em que...
82 - Já "foi comunicado" da decisão. Uma decisão é comunicada, mas ninguém "é comunicado" de alguma coisa. Assim: Já foi informado (cientificado, avisado) da decisão. Outra forma errada: A diretoria "comunicou" os empregados da decisão. Opções corretas: A diretoria comunicou a decisão aos empregados. / A decisão foi comunicada aos empregados.
83 - Venha "por" a roupa. Pôr, verbo, tem acento diferencial: Venha pôr a roupa. O mesmo ocorre com pôde (passado): Não pôde vir. Veja outros: fôrma, pêlo e pêlos (cabelo, cabelos), pára (verbo parar), péla (bola ou verbo pelar), pélo (verbo pelar), pólo e pólos. Perderam o sinal, no entanto: Ele, toda, ovo, selo, almoço, etc.
84 - "Inflingiu" o regulamento. Infringir é que significa transgredir: Infringiu o regulamento. Infligir (e não "inflingir") significa impor: Infligiu séria punição ao réu.
85 - A modelo "pousou" o dia todo. Modelo posa (de pose). Quem pousa é ave, avião, viajante, etc. Não confunda também iminente (prestes a acontecer) com eminente (ilustre). Nem tráfico (contrabando) com tráfego (trânsito).
86 - Espero que "viagem" hoje. Viagem, com g, é o substantivo: Minha viagem. A forma verbal é viajem (de viajar): Espero que viajem hoje. Evite também "comprimentar" alguém: de cumprimento (saudação), só pode resultar cumprimentar. Comprimento é extensão. Igualmente: Comprido (extenso) e cumprido (concretizado).
87 - O pai "sequer" foi avisado. Sequer deve ser usado com negativa: O pai nem sequer foi avisado. / Não disse sequer o que pretendia. / Partiu sem sequer nos avisar.
88 - Comprou uma TV "a cores". Veja o correto: Comprou uma TV em cores (não se diz TV "a" preto e branco). Da mesma forma: Transmissão em cores, desenho em cores.
89 - "Causou-me" estranheza as palavras. Use o certo: Causaram-me estranheza as palavras. Cuidado, pois é comum o erro de concordância quando o verbo está antes do sujeito. Veja outro exemplo: Foram iniciadas esta noite as obras (e não "foi iniciado" esta noite as obras).
90 - A realidade das pessoas "podem" mudar. Cuidado: palavra próxima ao verbo não deve influir na concordância. Por isso : A realidade das pessoas pode mudar. / A troca de agressões entre os funcionários foi punida (e não "foram punidas").
91 - O fato passou "desapercebido". Na verdade, o fato passou despercebido, não foi notado. Desapercebido significa desprevenido.
92 - "Haja visto" seu empenho... A expressão é haja vista e não varia: Haja vista seu empenho. / Haja vista seus esforços. / Haja vista suas críticas.
93 - A moça "que ele gosta". Como se gosta de, o certo é: A moça de que ele gosta. Igualmente: O dinheiro de que dispõe, o filme a que assistiu (e não que assistiu), a prova de que participou, o amigo a que se referiu, etc.
94 - É hora "dele" chegar. Não se deve fazer a contração da preposição com artigo ou pronome, nos casos seguidos de infinitivo: É hora de ele chegar. / Apesar de o amigo tê-lo convidado... / Depois de esses fatos terem ocorrido...
95 - Vou "consigo". Consigo só tem valor reflexivo (pensou consigo mesmo) e não pode substituir com você, com o senhor. Portanto: Vou com você, vou com o senhor. Igualmente: Isto é para o senhor (e não "para si").
96 - Já "é" 8 horas. Horas e as demais palavras que definem tempo variam: Já são 8 horas. / Já é (e não "são") 1 hora, já é meio-dia, já é meia-noite.
97 - A festa começa às 8 "hrs.". As abreviaturas do sistema métrico decimal não têm plural nem ponto. Assim: 8 h, 2 km (e não "kms."), 5 m, 10 kg.
98 - "Dado" os índices das pesquisas... A concordância é normal: Dados os índices das pesquisas... / Dado o resultado... / Dadas as suas idéias...
99 - Ficou "sobre" a mira do assaltante. Sob é que significa debaixo de: Ficou sob a mira do assaltante. / Escondeu-se sob a cama. Sobre equivale a em cima de ou a respeito de: Estava sobre o telhado. / Falou sobre a inflação. E lembre-se: O animal ou o piano têm cauda e o doce, calda. Da mesma forma, alguém traz alguma coisa e alguém vai para trás.
100 - "Ao meu ver". Não existe artigo nessas expressões: A meu ver, a seu ver, a nosso ver.
http://www.estudanet.hpg.ig.com.br/cem-erros.htm > 27/01/2008
Erros mais comuns da língua portuguesa
Casos inadmissíveis
Dúvidas
• Erros + comuns
Há a ou á
Novo Acordo Ortográfico
Palavras que confundem
Plurais difíceis
Ponto e vírgula
Reticência
Senão e se não
Tautologia
Travessão
Uso da Vírgula
Verbo com dois particípios
Verbos Defectivos
Afrontar a língua portuguesa depõe contra a imagem de qualquer executivo competente, quer do ponto de vista técnico, quer no exercício de suas atividades. Erros de português depõem, e muito, contra os profissionais mais jovens e menos qualificados, podendo até prejudicá-los na sua carreira em ascensão. Erros de português podem impedir a promoção de funcionários, pois cometer vulgaridade de linguagem não é uma postura profissional.
MANTEIGUEIRA
A minha mantegueira era de estimação.
A minha manteigueira era de estimação.
Manteigueira (man-tei-gueira-ra), vem de "manteiga".
O correto, portanto, é:
A minha manteigueira era de estimação.
RECORDE
Ele bateu o record.
Ele bateu o record.
Recorde: indica uma marca máxima atingida.
Diga recórde, forma correta. A forma aportuguesada recorde (paroxítona) já é de uso consagrado e reconhecida pelo Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa. Evite a pronúncia proparoxítona (récorde) e a grafia inglesa record. A pronúncia proparoxítona é registrada somente por Houaiss.
O correto, portanto, é:
Ele bateu o recorde.
CABELEIREIRO / PRAZEROSO
É prazeiroso ir ao cabelereiro.
É prazeroso ir ao cabeleireiro.
Prazeroso: não existe a letra "i" nessa palavra. Sua formação é a seguinte: prazer+oso. Daí, prazeroso, prazerosamente (e não "prazeiroso" ou "prazeirosamente").
Cabeleireiro: o correto é cabeleireiro (ca-be-lei-rei-ro). Provém de "cabeleira+eiro" (que indica profissão).
O correto, portanto, é:
É prazeroso ir ao cabeleireiro.
TAMPOUCO / TÃO POUCO
Não houve frutas, tão pouco doces.
Não houve frutas, tampouco doces.
Tão pouco: muito pouco. Assim: A família tinha tão pouco para doar (= algo em pouca quantidade) / Ele comeu tão pouco (= muito pouco).
Tampouco: Também não; nem. Assim: Não comeu frutas, tampouco doces.
O correto, portanto, é:
Não houve frutas, tampouco doces.
MUÇARELA / MOZARELA
Quero uma pizza de mussarela.
Quero uma pizza de muçarela.
Não existe a grafia "mussarela" (com "ss"). Está consignada no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, da Academia Brasileira de Letras, a forma muçarela (com "ç"). Pode-se usar também a forma mozarela. A grafia mussarela é de uso comum nos folhetos de propaganda das pizzarias, o que não justifiça a continuação de seu uso. A palavra muçarela vem do italiano mozzarella, um queijo de origem napolitana feito de leite de búfala (ou de vaca). Mozzarella é diminutivo de Mozza (leite talhado com fungo, mozzé).
O correto, portanto é:
Quero uma pizza de muçarela.
COMPANHIA
Magda, quero ir em sua compania.
Magda, quero ir em sua companhia.
Não existe a palavra "compania". É inaceitável a pronúncia "compania".
O correto, portanto é:
Magda, quero ir em sua companhia.
ETC.
Tenho um apartamento com sala, quarto e etc.
Tenho um apartamento com sala, quarto, etc.
Etc. é abreviatura de et caetera ou et coetera, expressão latina que significa "e as outras coisas". Normalmente é usada quando se quer evitar uma longa enumeração - Tenho um apartamento com sala, quarto, etc. / Fui à feira e comprei mexericas, bananas, verduras, pastéis, etc. Atualmente, aplica-se também para pessoas, embora, pelo sentido, se use com referência a coisas somente. Usa-se vírgula antes de "etc". O que não se deve usar é a conjunção "e".
O correto, portanto é:
Tenho um apartamento com sala, quarto, etc.
AVÔS / AVÓS
O pai do meu pai e o pai da minha mãe são meus avós.
O pai do meu pai e o pai de minha mãe são meus avôs.
Avôs e avós: o substantivo avô tem duas pronúncias no plural: "avôs" ("ô" fechado) e "avós" ("ó" aberto). Assim: avôs, quando se refere ao avô paterno e ao avô materno: avós, quando se refere ao "avô" e à "avó" (ou aos antepassados).
O correto, portanto, é:
O pai do meu pai e o pai de minha mãe são meus avôs.
TACHAR / TAXAR / LADRA
Marta foi taxada de ladrona.
Marta foi tachada de ladra.
Tachar: é acusar, censurar. Outros exemplos: Ele também foi tachado de ladrão / O promotor foi tachado de leviano.
Taxar é regular o preço; regular, moderar, lançar uma taxa (tributo) sobre.
Pode também significar "qualificar": Muitos taxam a medicina de infalível.
Ladrão: seu feminino é ladra.
O correto, portanto, é:
Marta foi tachada de ladra.
BEM-VINDO / BENVINDO
Seja benvida, Maria Cristina.
Seja bem-vinda, Maria Cristina.
Bem-vindo(a): é um adjetivo composto.
Bemvindo(a) (sem hífen) é nome de homem ou de mulher. O plural de "bem-vindo" é "bem-vindos"; o feminino é "bem-vindas". Assim: Bem-vindo, prezado mestre. / Bem-vinda, prazada professora.
O correto, portanto, é:
Seja bem-vinda, Maria Cristina.
DISPENSA / DESPENSA
A dispensa da casa estava sempre cheia de bons alimentos.
A despensa da casa estava sempre cheia de bons alimentos.
Dispensa: isenção, desobrigação: Recebeu a dispensa do serviço militar.
Despensa: local onde se guardam alimentos.
O correto, portanto, é:
A despensa da casa estava sempre cheia de bons alimentos.
DEPREDAR
Os adversários de Danielle depedraram o caminhão.
Os adversários de Danielle depredaram o caminhão.
A forma correta é depredar: "roubar", "saquear", "destruir".
O correto, portanto, é:
Os adversários de Danielle depredaram o caminhão.
POSSUIR
Ele possue mais de dez apartamentos.
Ele possui mais de dez apartamentos.
Possuir: nas formas dos verbos terminados em "uir", mais precisamente na 2a e 3a pessoas do singular do presente do indicativo, grafa-se "-ui" e não "ue", isto é, emprega-se a letra "i" e não a letra "e". Assim: possuis, possui.
Observe também o verbo "concluir": "concluis", "conclui". O verbo "poluir" também: poluis, polui.
O correto, portanto, é:
Ele possui mais de dez apartamentos.
HAJA / AJA
Que você haja com prudência.
Que você aja com prudência.
Aja é do verbo "agir". Haja, do verbo "haver".
Aja: presente do subjuntivo do verbo "agir" (que eu aja, que tu ajas, que ele aja, etc.).
Haja: presente do subjuntivo do verbo "haver" (que eu haja, que tu hajas, que ele haja, etc.).
O correto, portanto, é:
Que você aja com prudência.
MAS / PORÉM
Ela se candidatou, mas porém, não obteve êxito.
Ela se candidatou, mas não obteve êxito.
As conjunções mas e porém juntas constituem uma forma inaceitável de redundância. Usa-se uma ou outra: Ela se candidatou, mas não obteve êxito; ou Ela se candidatou, porém não obteve êxito.
O correto, portanto, é:
Ela se candidatou, mas não obteve êxito.
COPO DE ÁGUA
Bia pediu um copo com água, uma xícara de café e um litro de leite.
Bia pediu um copo de água, uma xícara de café e um litro de leite.
Não quer dizer que o copo seja feito de água, que a xícara seja feita de café e que o litro seja feito de leite, embora a preposição "de" designe o material de que é feita alguma coisa: cabo de aço, estátua de gesso, etc.
Poucas pessoas teimam em dizer "copo com água", "xícara com café", "litro com leite" - tais expressões têm o sentido de "copo (xícara ou litro) com alguma água ou com algum café, leite". Quando se diz "copo de água", etc., a palavra "copo" (xícara ou litro) define a medida; não quer dizer que o copo (xícara ou litro) seja feito de água, etc.
O correto, portanto, é:
Bia pediu um copo de água, uma xícara de café e um litro de leite.
IR A / IR PARA
Foram para Rio das Ostras passar uns dias.
Foram a Rio das Ostras passar uns dias.
A preposição "a" indica deslocamento rápido.
A preposição "para" indica deslocamento demorado ou definitivo.
O correto, portanto, é:
Foram a Rio das Ostras passar uns dias.
AO INVÉS DE / EM VEZ DE
Ao invés de falar, procurou ser atencioso.
Em vez de falar, procurou ser atencioso.
Há diferença entre:
Ao invés de: é a mesma coisa que "ao contrário": Ao invés de comprar, vendeu.
Em vez de: é a mesma coisa que "em lugar de": Em vez de falar, procurou ser atencioso.
O correto, portanto, é:
Em vez de falar, procurou ser atencioso.
CONVIR
Olívia, faça quando isto lhe convir.
Olívia, faça quando isto lhe convier.
Convir: segue, na conjugação, o verbo "vir". Significa "concordar", ser conveniente, ser útil. O futuro do subjuntivo de vir é: vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vierem.
Assim: convier, convieres, convier, conviermos, convierdes, convierem.
O correto, portanto, é:
Olivia, faça quando isto lhe convier..
POLIR
Mary Lucy pole mensalmente os seus talhares .
Mary Lucy pule mensalmente os seus talheres.
Polir: presente do indicativo: pulo, pules, pule, polimos, polis, pulem.
O correto, portanto, é:
Mary Lucy pule mensalmente os seus talhares.
REAVER
Eles reaveram o objeto perdido.
Eles reouveram o objeto perdido.
Reaver: verbo defectivo. Segue o verbo "haver" somente nas formas em que conserva o "v".
O correto, portanto, é:
Eles reouveram o objeto perdido.
IR
Se ele ir, eu irei também.
Se ele for, eu irei também.
O futuro do subjuntivo do verbo "ir" é: for, fores, for, formos, fordes, forem.
O correto, portanto, é:
Se ele for, eu irei também.
ACAUTELAR-SE / PRECAVER-SE
Que você se precavenha, meu filho.
Que você se acautele, meu filho.
Precaver-se: este verbo não possui o presente do subjuntivo. Deve ser substituído por "acautelar-se", "prevenir".
O correto, portanto, é:
Que você se acautele, meu filho.
COLORIR
Eu coloro a vida com versos de amor.
Eu dou cor à vida com versos de amor.
Colorir: verbo defectivo. Só se conjuga nas pessoas em que ao "r" se segue "e" ou "i". Assim:... tu colores, ele colore, nós colorimos, vós coloris, eles colorem. Não se conjuga, pois, na primeira pessoa do singular do presente do indicativo. Quando precisar, procure usar um equivalente, como "Dar cor a"; "matizar de cor"; "pintar com cores vivas", etc.
O correto, portanto, é:
Eu dou cor à vida com versos de amor.
CONSIGO / COM VOCÊ
Quero falar consigo.
Quero falar com você.
O pronome consigo é reflexivo. Assim: Ele fala consigo mesmo. / O professor leva consigo a pasta. Deve-se dizer: Quero falar com você. / Quero falar com o senhor. / Quero falar com ela. / Quero ir com ela ao teatro. Se o tratamento for da segunda pessoa deve-se dizer: Quero falar contigo. / Quero ir contigo ao cinema.
O correto, portanto, é:
Quero falar com você.
MIM / SI
Eu fiquei fora de si.
Eu fiquei fora de mim.
O pronome mim concorda com a 1a pessoa (eu) e o pronome si, com a 3a pessoa (ele, ela).
Assim: Meus filhos esperam muito de mim. ? O vizinho ficou fora de si.
O correto, portanto, é:
Eu fiquei fora de mim.
PARA EU / PARA MIM
O jornal é para mim ler.
O jornal é para eu ler.
Nunca se deve dizer: mim quer casar ou mim vai car. O eu é que pode ser sujeito.
Assim: Sou eu que faço. Portanto, para eu ler. Use o "mim", quando o "eu" não for o sujeito.
Assim: O jornal é para mim. / Para mim, ela é linda.
O correto, portanto, é:
O jornal é para eu ler.
SOBRANCELHAS/SOMBRANCELHAS
Minhas sombrancelhas.
Minhas sobrancelhas.
Sobrancelhas: Cada uma das duas faixas de pêlos que se dispõem por sobre as órbitas oculares; SOBROLHO; SUPERCÍLIO.
Não existe a palavra sombrancelhas.
O correto, portanto, é:
Minhas sobrancelhas.
http://www.cassao.eti.br/portal/?q=node/118
Erros Gramaticais comuns na Língua Portuguesa - Parte I
Conceito de correçãoNuma língua, existem vários modos de falar, determinados pela localização geográfica do falante, faixa etária, situação, nível de escolaridade, nível social dentre outros fatores. Dentre estes, existe um que se institui como língua-padrão, que corresponde ao modo de falar das pessoas de mais prestígio dentro do grupo social, quando usam a língua em situações formais.A Gramática é fruto desta tentativa de sistematizar a língua padrão, estabelecendo normas daquilo que seria falar corretamente uma língua. Essas normas, instituídas pelo uso das pessoas de prestígio e explicitadas pela Gramática, estão sempre sujeitas a desvios por conta da heterogeneidade da fala, já que uma pessoa nunca fala do mesmo modo em todas as situações.Conceituando correto e errado, neste contexto, temos:* Correto: é todo uso lingüístico que segue as normas da língua-padrão;* Errado: é todo uso lingüístico que não segue as normas impostas pela gramática.Ainda que esses erros se situem nas mais diversas camadas da língua, em virtude de a Gramática Normativa não se basear nas situações de fala, é possível determinar alguns tipos que costumam ocorrer com mais freqüência, tomando sempre por base a língua escrita.1. Erros de grafia: ocorrem nas mais diversas construções. Exemplo:Comprei três quilos de mortandela. (mortadela)Os partidos vivem a degladiar entre si. (digladiar)O garoto foi pego roubando salchichas. Porisso, não deixe que tome conta do açougue. (salsichas / Por isso)2. Erros de impropriedade vocabular: ocorrem quando se usa uma palavra em lugar de outra por falsa associação de sentido entre elas. Exemplo:As lâmpadas florescentes são mais econômicas. (fluorescentes)O criminoso foi pego em fragrante. (flagrante)O negro tem sido muito descriminado neste país. (discriminado)3. Erros de acentuação gráfica - ocorrem por dois motivos:* Por desconhecimento das normas ortográficas vigentes. Exemplo:Comprei na loja de conveniência vários ítens. (itens – sem acento)* Por desconhecimento da posição correta da sílaba tônica. Exemplo:As rúbricas dos documentos eram falsas. (rubrica – paroxítona)4. Erros no emprego da crase – ocorrem por dois motivos:* Omitindo-se o acento em situações em que ocorre a crase. Exemplo:O Projeto Mesa Brasil está promovendo uma campanha de ajuda as crianças vítimas da seca. (ajuda a quem? Às vítimas da seca)* Colocando o acento onde não ocorreu a crase. Exemplo:Enviamos à V. Sª. o resultado das avaliações. (Vossa não admite artigo antes, portanto, o correto seria “a V. Sª.)5. Erros de emprego dos pronomes: uso de um pronome com função de sujeito no lugar de um pronome com função de objeto e vice-versa.Comprei este lindo relógio para mim usar no casamento. (para eu usar)Comprei este lindo relógio para eu. (para mim)6. Erros de emprego de verbos - ocorrem em três casos:* Na conjugação verbal. Exemplo:A polícia militar não interviu a tempo de evitar o assassinato. (verbo intervir – composto: inter / vir – passado de vir, ele veio. Então o passado de intervir é interveio)* No tempo verbal. Exemplo:Encontrei Alice no mesmo lugar que, anos antes, recebeu-me. (recebera)* No modo verbal. Exemplo:Não estou certa de que essa decisão satisfaz a todos. (satisfaça)7. Erros de morfologia em substantivos e adjetivos – ocorrem em dois casos:* No plural dos nomes compostos. Exemplo:Os dois páras-choques dos carros foram atingindo na colisão. (pára – verbo parar – não vai para o plural. O correto seria “pára-choques”)* No uso do gênero dos substantivos. Exemplo:Mandei Larissa comprar uma guaraná na bodega. (um guaraná – palavra masculina)8. Erros de regência verbal. Exemplos:As madeireiras estão visando o mercado externo. (visar, no sentido de ter em vista, pede preposição “a”. O correto seria “visando ao mercado”)As crianças assistiam o desenho na televisão. (Assistir, no sentido de ver, presenciar, pede preposição “a”. O correto seria “assistiam ao desenho”)9. Erros de concordância verbal e nominal. Exemplos:Vamos esperar que V. Sª. manifeste vossa escolha. (o pronome de tratamento sempre concorda com a 3ª pessoa dos pronomes. O correto seria sua escolha)Poderá ainda acontecer mais incentivos como esses. (Mais incentivos poderão acontecer)10. Erros de colocação pronominal. Exemplo:Enviaremos até a próxima semana os pedidos que encomendaram-nos. (nos encomendaram)
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Bibliografia
SAVIOLI, Francisco Platão. Gramática em 44 lições. 15 ed. São Paulo, Ática, 1989, p.422-4.
http://www.infoescola.com/portugues/erros-gramaticais-comuns-na-lingua-portuguesa-parte-i/
Erros Gramaticais comuns na Língua Portuguesa - Parte II
1. Emprego de MAU / MAL.· Mau: é o contrário de bom (adjetivo) e acompanha ou se refere a um substantivo.Ex. O lobo-mau comeu a vovozinha.· Mal: é o contrário de bem (advérbio) e refere-se a um verbo.Ex. Passei mal no colégio.2. Emprego de ONDE / AONDE.· Onde: aparece em verbos estáticos ou dinâmicos que pedem preposição em.Ex. Onde ficou o menino? (Quem fica, fica “em” algum lugar)Onde andavam as crianças? (Quem anda, anda “em” algum lugar)· Aonde: emprega-se exclusivamente em verbos de movimento que pedem preposição “a”. Note-se que a própria palavra já começa com “a”.Ex. Aonde foram os meninos? (Quem vai, vai “a” algum lugar)Aonde chegaram os meninos? (Quem chega, chega “a” algum lugar)Obs. Por onde passearam? / De onde vieram? / Para onde foram?Neste caso, nunca use “aonde”, pois antes de “onde” já tem uma preposição.3. Emprego de A PAR / AO PAR.· A par: é usada no sentido dea) “estar ciente”, “sabedor de”: Não estamos a par do problema.b) “ao lado de”, “paralelamente”: A casa está completamente deteriorada. A par disso tudo, ainda têm muitos impostos a pagar.· Ao par: tem sentido de “ao câmbio, ao preço, ao valor, à troca”. Termo habitualmente empregado na linguagem comercial.Ex. O dólar não está nem de longe ao par do real.4. Emprego de AFIM DE/ AFIM/ A FIM DE/ A FIM DE QUE.· Afim de - usado no sentido de:a) “parente” – função de adjetivo: José é afim de Paulo.b) “próximo” – função de adjetivo: O Ceará é um Estado afim da Paraíba.· Afim – usado no sentido de:a) “parentes, familiares” – função de substantivo: Meus afins moram em São Paulo.b) “correlatas, semelhantes” – função de adjetivo: Geografia e História são áreas afins.· A fim de – usado no sentido de:a) “finalidade” – locução prepositiva e pode ser substituída por “para”: Mário estuda a fim de passar no teste.Obs. Na linguagem coloquial, esta expressão vem sendo usada em situações como “Marcos está a fim de Ana”, assumindo o sentido de “estar predisposto a namorar”.· A fim de que: usado no sentido de finalidade e pode ser substituído por “para que”, inserindo uma oração adverbial final.Ex. Os meninos treinam a fim de que vençam o campeonato.5. Emprego de HÁ/ A/ À.· Há é usado com sentido de:a) verbo fazer: Há dias não o vejo.b) Indica tempo decorrido: Há dez minutos espero pelo ônibus.c) Sentido de existir: Há crianças no pátio.· A: é preposição ou artigo. Se vier antes de um substantivo, é artigo. Depois de um verbo, é preposição.Ex. Moro a dois quilômetros de Fortaleza (preposição).A cidade de Juazeiro do Norte está cheia de romeiros (artigo).· À: é a junção da preposição “a” + artigo “a”.Ex. Fui à cidade. (Fui “a algum lugar” – a cidade: palavra feminina)6. Emprego de À-TOA/ À TOA· À-toa: é uma locução adjetiva, refere-se a um substantivo e significa ”sem qualificação”, “inútil”.Ex. Ele é um menino à-toa.· À toa: é uma locução adverbial de modo, refere-se a um verbo e significa “sem rumo, ao acaso”.Ex. Ele anda à toa na vida.7. Emprego de SENÃO/ SE NÃO.· Senão é usado equivalendo a:d) do contrário: Saia daí, senão vai se molhar.e) a não ser: Não faz outra coisa senão reclamar.f) mas sim: Não tive a intenção de exigir, senão pedir.· Se não: equivale a “caso não”.Ex. Esperarei mais um pouco. Se não vier, vou embora.
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Olá Amigos
Olá Amigos (as)
Receoso das críticas hesitei em ativar este blog. Mas enfim, não resisti a tentação e acabei por ativa-lo. Não tenho a menor pretensão de doutrinar ninguém, apenas gostaria de partilhar e disponibilizar a que possa interessar alguns de meus pensamentos e reflexoes sobre a vida.
agradeço por você passar por aqui e gostaria que vc deixasse sua participação através de sugestões, críticas, correçoes etc
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